Escola de Atenas

A Escola de Atenas é um afresco pintado por Rafael Sanzio, artista renascentista, entre os anos de 1509 e 1510. Foi produzido no Palácio Apostólico, no Vaticano.

Nele se foi pintado vários filósofos, cientistas e artistas celebres.

Abaixo, essas respectivas personagens:

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.) foi um filósofo grego de origem ateniense. É um ícone da filosofia ocidental, sendo o seu ponto de partida; tanto que era por isso que os filósofos anteriores a ele, os pré-socráticos, eram chamados assim, pois o modelo de pensamento deles era anterior ao nosso, que começou a surgir com Sócrates. Em ponto de vista religioso, ele era cético.

Era filho de um escultor e de uma parteira. Sócrates recebeu uma educação padrão, que incluía ginástica, música e gramática. Pouco se sabe da sua infância e juventude.

Vivia de forma humilde, andando descalço por Atenas. Ensinava filosofia nas praças públicas, sem cobrar nada pelos seus ensinamentos, diferente dos sofistas. 

Este filósofo foi praticamente um reformador da filosofia grega, e futuramente, pai de toda filosofia ocidental. Fez com que a busca de conhecimento, antes centrada no estudo da natureza, passasse a se ocupar do homem e suas ações.

Seu método de ensinar consistia em fazer perguntas que conduzissem o discípulo a buscar a verdade, nascendo assim o método socrático. 

Casou-se com uma mulher chamada Xantipa, que tinha temperamento difícil, com quem teve três filhos. No fim de sua vida foi considerado um perigo para a sociedade e, confundido com os sofistas, acabou acusado e condenado à morte. Preso, morreu ingerindo a cicuta - um veneno comum na época - em 399 a.C. Sócrates elaborou sua própria defesa, comentando e refutando as acusações de corromper a juventude e não venerar os deuses da cidade.

Algumas frases:
"Um bom casamento exige que o homem seja surdo e a mulher cega."
"É sábio o homem que pôs em si tudo que leva à felicidade ou dela se aproxima."
"Só sei que nada sei."
"A vida sem reflexão não merece ser vivida."
"O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter."



Parmênides de Eléia (cerca de 530 a.C. - 460 a.C.) foi um filósofo pré-socrático nascido em Eléia, na Magna Grécia, atual Itália. Fundou a escola de Eléia, qual teve também como outros membros Zenão de Eléia, Melisso de Samos e Xenófanes. 

Quem foi seu mestre é uma dúvida: Para alguns estudiosos ele era discípulo do pitagórico Amínia. Para outros, ele seguia o pensamento de Xenófanes. Foi amigo do jovem Sócrates.

Foi considerado um homem exemplar pelos seus contemporâneos, por ter levado uma vida regrada e digna de ser considerada um exemplo. 

Em sua filosofia se destaca monismo e imobilismo. Ele propôs que tudo o que existe é eterno, nada muda, nada acaba, tudo é imóvel.

Parmênides considera que o pensamento humano pode atingir o conhecimento genuíno e a compreensão. Essa percepção do domínio do "ser" corresponde às coisas que são percebidas pela mente. O que é percebido pelas sensações, por outro lado, é, segundo ele, enganoso e falso, e pertence ao domínio do não-ser. Trata-se de uma oposição direta ao mobilismo defendido por Heráclito de Éfeso, para quem "tudo passa, nada permanece". Seu pensamento influenciou a chamada "teoria das formas", de Platão.

Ao contrário da maioria dos filósofos precedentes, que divulgaram seus pensamentos em prosa, Parmênides era um poeta e escreveu sua grande obra, "Da Natureza", em versos hexâmetros semelhantes aos de Homero. Além disso, ele atribuiu suas idéias a uma revelação divina.

Algumas frases:
“Se deve dizer e pensar de algo que é: porque existe o ser, não entretanto o não-ser."
“A linguagem é a etiqueta das coisas ilusórias.”




Hipátia de Alexandria (355-415) foi uma filósofa e matemática neoplatônica. Sua orientação religiosa normalmente é apontada como pagã, apesar de não haver documentos que afirmem isso. Era filha de Teón de Alexandria, filósofo, matemático e astrônomo. É considerada uma das mulheres mais importantes na história da filosofia.

Cresceu num ambiente cercado de cultura e livre expressão, sendo guiada por seu pai nos estudos da Matemática e Filosofia. Ele acreditava no ideal grego da “mente sã em um corpo sadio” (“men sana in corpore sano”) estimulando a filha a exercitar tanto a mente como o corpo, contam às lendas que ele desejava torna-la “um ser perfeito”.

Ainda jovem viajou a Atenas para complementar seus estudos. Era conhecida na Grécia como “A Filósofa”, já demonstrando cedo sua profunda sabedoria. Em Atenas tornou-se discípula de Plutarco. Sua defesa fervorosa ao livre pensamento, seus ensinamentos neoplatônicos, sua observação de que o universo era regido por princípios matemáticos a caracterizaram como uma herege em um momento onde o cristianismo prevalecia sobre o paganismo. Foi uma grande mulher, seu erro foi ter nascido numa época imprópria para seu pensamento.

Em 415, Hipátia foi abordada por uma turba de cristãos furiosos que a arrancaram de sua carruagem, arrastaram-na para uma igreja e lá rasgaram-lhe as roupas deixando-a completamente nua e assim puseram-se a retalhar seu corpo esfolando-lhe a carne de seus ossos utilizando para isso cascas de ostras afiadas. Por fim desmembraram-lhe o corpo e os atiraram as chamas. 

Morria com ela toda uma era de liberdade e florescimento filosófico e cultural em Alexandria e certamente para todos que viviam sobre a espada afiada da nova religião.

Algumas frases:
"Reserve o seu direito a pensar, mesmo pensar errado é melhor do que não pensar."
"Compreender as coisas que nos rodeiam é a melhor preparação para compreender o que há mais além."
"Ensinar superstições como verdades é uma das coisas mais terríveis."

Epicuro de Samos (341 a.C. - 270 a.C) foi um filósofo grego, fundador do epicurismo. Nasceu em na ilha grega de Samos. Ele sofria de cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins, o que o proporcionou uma vida de dor.

A filosofia despertou-lhe o interesse precocemente, em plena adolescência. Ainda jovem, Epicuro se transferiu de Samos para Teos, onde estudou com um discípulo de Demócrito de Abdera. A mudança para Atenas ocorreu em 323 a. C. Nessa época é que ele deve ter ouvido os ensinamentos de Xenócrates, sucessor de Platão na Academia. Em seguida, viajou provavelmente durante anos, tendo ensinado em Mitilene e Lâmpsaco. Fundou sua própria escola filosófica, chamada de Jardim, em Atenas, onde freqüentou amigos e que lá dirigiu até sua morte. Por sua vez, o Jardim se opunha à Academia de Platão e ao Liceu de Aristóteles.

Ele buscou uma filosofia prática, essencialmente moral, e que correspondesse às necessidades de seus contemporâneos, para os quais a desagregação das cidades-Estado originava toda uma crise de civilização.

Segundo Epicuro, os maiores obstáculos para a felicidade humana são o temor da morte e o medo da ira divina, mas eles podem ser eliminados graças ao conhecimento da natureza. A ética de Epicuro assegura aos homens que a felicidade é facilmente alcançável, desde que algumas poucas necessidades naturais sejam satisfeitas, pois a felicidade não é outra coisa que a ausência de dor física e um estado de ânimo livre de qualquer perturbação ou paixão. Assim, a felicidade, para Epicuro, se identifica com um prazer estável, que os gregos chamavam de ataraxia.

Algumas frases:
"O apogeu do prazer será alcançado quando todas as dores forem eliminadas. Pois onde entrou o prazer não existem, enquanto ele reinar, nem dores nem padecimentos, ou até ambos."
"Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver."
"O prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz."
"A necessidade é um mal, mas não há necessidade alguma de viver com necessidade."



Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia
Zenão de Cítio (333 a.C. - 264 a.C.) foi um filósofo grego nascido na ilha do Chipre. Foi o fundador da escola do estoicismo.

Em Atenas, Zenão foi discípulo de Crates de Tebas e estudou os antigos filósofos; dentre estes, Heráclito de Éfeso, que muito o influenciou. Aos 42 anos, fundou a escola estóica, reunindo seus alunos sob os pórticos de templos, mercados e ginásios.

Zenão propôs uma tripartição na filosofia: lógica, física e ética. A lógica fornece um critério de verdade. A física constitui um materialismo monista e panteísta. A ética regula as ações humanas, cujo objetivo é a conquista da felicidade e esta deve ser perseguida segundo a natureza.

A doutrina filosófica de Zenão de Cítio afirma que o ser humano atinge a plenitude e a felicidade quando abandona todas as paixões terrenas, contrariedades, aborrecimentos e desassossegos.

Algumas frases:
“O sentido da vida consiste estar de acordo com a natureza.”
"A natureza deu-nos somente uma boca, mas duas orelhas, de modo que nós devemos falar menos e escutar mais.”
“Porque pode-se falar da luz, se não o fizer, pelo menos, a experiência da escuridão.”

Zenão de Eléia (cerca de 495 a.C. - 430 a.C.) foi um filósofo da Magna Grécia, atualmente Itália, que na época era colônia grega. Foi discípulo de Parmênides de Eléia, sendo que defendeu fielmente a filosofia de seu instrutor. Foi considerado por Aristóteles o fundador da dialética.

Exerceu atividade política, constando até mesmo que teria participado de uma conspiração contra o tirano local, sendo preso e torturado até a morte.

Zenão defendeu Parmênides contra as críticas dos adversários, principalmente os pitagóricos.

A filosofia de Zenão era, em seu conteúdo, semelhante à de Xenófanes e Parmênides, cujas idéias defendeu pelo método da "redução ao absurdo", ou seja, extraindo conclusões contraditórias das idéias de seus adversários.

Algumas frases:
"O verdadeiro é apenas o um, todo o resto é não-verdadeiro."



Plotino (205 – 270) foi um filósofo greco-romano de origem egípcia, fundador do neoplatonismo. Foi aprendiz de Amônio Sacas e mestre de Porfírio.

Aos 28 anos, um crescente interesse por filosofia levou-o a Alexandria, onde tornou-se discípulo de Amônio Sacas por 11 anos. Depois disso, Plotino dedicou-se ao estudo da filosofia persa e indiana.

Ele permaneceu em Alexandria até o ano 243, quando deixou a cidade para seguir o imperador Jordano em uma expedição ao Oriente. Morto Jordano no meio da expedição, Plotino decide ir a Roma, aonde chega em 244, fundando uma escola a partir dos ensinamentos e exemplos de seu mestre e real modelador do movimento neoplatônico, Amônio Sacas.

Assim como Sócrates, Amônio nada deixou escrito, mas sua doutrina foi divulgada e aperfeiçoada por Plotino, tal como, antes, a mensagem de Sócrates havia sido eternizada pelos testemunhos de Platão e Xenofonte. Amônio conciliou as idéias de Platão e Aristóteles e transmitiu a seus discípulos, em especial a Plotino, uma filosofia livre do espírito de polêmica, às vezes resultante de mera vaidade pela disputa intelectual.

Algumas frases:
"A alma só é bela pela inteligência, e as outras coisas, tanto nas ações como nas intenções, só são belas pela alma que lhes dá a forma da beleza."
"Procurai sempre conjugar o divino que há em vós com o divino que há no universo."


Averróis (1126 - 1198), nascido Abu al-Walid Muhammad Ibn Ahmad Ibn Munhammad Ibn Ruchd. Foi um filósofo, médico, cientista e teólogo muçulmano andaluz.


Membro de uma família de juristas, estudou medicina e filosofia. É um dos maiores conhecedores e comentaristas de Aristóteles. Aliás, o próprio Aristóteles foi redescoberto na Europa graças aos árabes e os comentários de Averróis muito contribuíram para a recepção do pensamento aristotélico. Averróis também se ocupou com astronomia e direito canônico muçulmano.

Sua filosofia é um misto de aristotelismo com algumas nuanças platônicas. A influência aristotélica se revela em sua idéia da existência do mundo de modo independente de Deus (ambos são co-eternos) e de que também não existe providência divina. Já seu platonismo aparece em sua concepção de que a inteligência, fora dos seres, existe como unidade impessoal.

Averróis divide a inteligência, o entendimento humano em duas partes, o intelecto potencial e o intelecto possível ou ativo. O intelecto potencial é a inteligência de cada ser humano, de cada indivíduo, e ele é potencial porque pode ou não se desenvolver, da mesma forma que podemos ou não ver as cores dos objetos dependendo se temos ou não luz. A luz que vai possibilitar o intelecto potencial desenvolver suas capacidades é o intelecto possível, que é uma emanação divina e nele se ligam todos ou outros intelectos.

Para ele, as diferenças entre filosofia e teologia são somente diferenças de interpretação.

Ele nega a imortalidade da alma. Acredita ainda que o conhecimento da ciência é o único caminho para atingirmos a felicidade, o êxtase espiritual e religioso. A vida de todos os homens tem fim com a morte. E a alma humana nasce e morre com o corpo.

Algumas frases:
“Conhecimento, estupidez, riqueza e pobreza não podem ser escondidas por muito tempo.”
“Todas as religiões são criação humana equivalentes e por conveniência pessoal e pelas circunstâncias escolhemos uma.”
“Quem fala sobre o que não é da sua conta, escuta o que não gosta.”



Pitágoras (582 a.C. – 496 a.C.) foi um filósofo e matemático grego. Foi fundador de uma escola que homenageia seu próprio nome, a pitagórica. Foi aluno de Temistocléia. Deu origem a palavra grega para matemática.

A sua biografia está envolta em lendas. Diz-se que o nome significa altar da Pítia ou o que foi anunciado pela Pítia, pois mãe ao consultar a pitonisa soube que a criança seria um ser excepcional.

Acredita-se que Pitágoras tenha sido casado com a física e matemática grega Theano, que foi sua aluna. Supõe-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica após a morte do marido.

Sob o aspecto religioso, a escola filosófica iniciada por Pitágoras defende a crença na imortalidade da alma, cuja purificação ocorreria através de sucessivas reencarnações em corpos vivos, até que ela viesse a ter condição de libertar-se dos invólucros mortais, a fim de confundir-se, definitivamente, com o espírito divino. Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos números.

Do ponto de vista dos estudos científicos, não é possível ver a escola de Pitágoras como uma unidade. Dois caminhos foram adotados: o da teoria matemática (incluindo a astronomia e a medicina) e o da doutrina metafísica, que veio a ser denominada doutrina dos números e, segundo consta, foi exposta pela primeira vez por Filolau.

O pitagorismo assumiu, assim, um caráter dualista, superado, entretanto, graças à seguinte tese: como do "uno" primitivo teriam brotado as séries de números pares e de números ímpares, todas as antíteses observadas no universo acabariam também por culminar em uma grande unidade harmônica.

Teve contribuições para a matemática, com os números perfeitos, números figurados e o famoso Teorema de Pitágoras; que é feito pela equação c²= a²+b².

Algumas frases:
"Os números governam o mundo."
"A essência de tudo, os números."
"Os animais dividem conosco o privilégio de ter uma alma."
"O pensamento é uma idéia em trânsito."
"Eduquem-se as crianças e não será necessário castigar os homens."



Antístenes (444 a.C. - 365 a.C.) foi um filósofo grego. Este foi discípulo de Sócrates, e também, fundador do cinismo.

Ele se interessou principalmente pelo lado prático da moral, e considerava a virtude o único fundamento da felicidade, que somente alcançaremos libertando-nos das necessidades e dos desejos. A escola que fundou, o cinismo, pregava exatamente isto.

Antístenes apontava Hércules como exemplo de pertinácia, e por isso o considerava um modelo a ser imitado.

Algumas frases:
“Que importa amar e só o sábio sabe quem é digno de amor.”
“Riqueza e pobreza não se encontram na propriedade de uma pessoa, mas em suas almas.”
“Escute os seus inimigos, que são os primeiros a advertir seus erros.”



Protógenes (viveu no século IV a.C) foi um pintor grego. Foi contemporâneo de Apeles, e do mesmo foi rival. Como vários outros pintores da Grécia Antiga, nenhum de seus trabalhos sobreviveram, tendo conhecimento deles apenas por referências literárias com poucas descrições.

Nasceu em Caunus, mas vivia em Rodes durante a segunda metade do século IV a.C. Se dedicava muito às suas imagens, mesmo que trabalhosas. Passou sete anos fazendo Ialysus. Trabalhou dedicadamente na pintura Sátiro durante o cerco de Rodes por Demétrio

Conheceu Aristóteles em Atenas, que o encaminhou para fazer obras para Alexandre, o Grande, tendo pintado Alexandre e Pã. Além de pintor, também foi escultor.

Algumas frases:
"O amor verdadeiro não tem ligação alguma com os aposentos alheios."


Zaratustra (558 a.C. – 330 a.C) foi um profeta persa, fundador do zoroastrismo, religião adotada oficialmente pelo Império Aquemênida (persa).
Nasceu no sexto dia da primavera, do ventre de uma virgem. Reza a lenda que ele não chorou no nascimento, ao invés disso, riu. As parteiras admiraram-se ao ver aquilo, pois nunca haviam visto um bebê rir ao nascer.

Segundo sua doutrina, que mais tarde seria o zoroastrismo, antes do mundo existir, reinavam dois seres ou princípios antagônicos: Ahura Mazda (o bem) e Arimã (o mal).

O dualismo cósmico e teogônico do masdeísmo está intimamente relacionado ao dualismo moral. Zaratustra, com a sua mensagem divina, provocou uma verdadeira transformação no modo de pensar da sua civilização, contrariando o tradicional pensamento dos sábios de sua época. Sua mensagem baseava-se nos Gathas, cantos entoados com o objetivo de serem um guia para a humanidade – continham o triplo princípio de boa mente, boas palavras e boas ações. O bem e o mal, para Zaratustra, manifestam-se também na alma humana, e a única forma de poder organizar o mundo e a sociedade é estando o bem acima do mal. Este não traz contribuição alguma para a construção de uma vida boa, já que impossibilita uma relação equilibrada entre ser humano, sociedade e natureza.

Zaratustra propõe que o homem encontre o seu lugar no planeta de forma harmoniosa, buscando o equilíbrio com o meio (natural e social), respeitando e protegendo terra, água, ar, fogo e a comunidade. O cultivo de mente, palavras e ações boas é de livre escolha: o indivíduo deve decidir perante as circunstâncias que se apresentam em determinado fato. A boa deliberação, ou seja, uma boa reflexão a respeito de cada ação faz surgir uma responsabilidade social para colaborar com o projeto que Deus propôs ao mundo. Os seres humanos, portanto, possuem livre-arbítrio e são livres para pecar ou para praticar boas ações. Mas serão recompensados ou punidos após a vida conforme a sua conduta.

Algumas frases:
"O que lavra a terra com dedicação tem mais mérito religioso do que poderia obter com mil orações sem nada fazer."
"O que vale mais num trabalho é a dedicação do trabalhador."
"Aquele que diz uma palavra injusta pode enganar o seu semelhante, mas não enganará a Deus."
"Deus está sempre à tua porta, na pessoa dos teus irmãos de todo o mundo."



Cláudio Ptolomeu (90 – 168) foi um cientista grego que viveu em Alexandria. Realizou trabalhos em matemática, astrologia, astronomia, física, geografia e cartografia. É um grande nome da astronomia e foi elaborador do geocentrismo, conceito abolido séculos mais tarde pelo heliocentrismo. Realizou também trabalhos importantes em ótica e teoria musical.

Na época de Ptolomeu a diferença entre astronomia e astrologia não era muito clara e, portanto, os estudos dessas áreas seguiam essa característica, diferente da concepção atual que distingue bem essas duas áreas.

Baseado na trigonometria, afirmava que ao redor da Terra giravam a Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno, exatamente nessa ordem. Teve influencia da cosmologia aristotélica e astronomias árabe, indiana e européia.

De acordo com Platão e Aristóteles, as órbitas desses astros seriam círculos perfeitos. Mas a observação astronômica forneceu elementos incompatíveis com esse esquema. Por isso, Ptolomeu inventou um complicado sistema de oitenta epiciclos em que se movimentariam esses astros. Segundo Ptolomeu, um epiciclo é a órbita circular descrita por um planeta, enquanto o centro dessa órbita descreve outra, igualmente circular, ao redor da Terra.

De acordo com Platão e Aristóteles, as órbitas desses astros seriam círculos perfeitos. Mas a observação astronômica forneceu elementos incompatíveis com esse esquema. Por isso, Ptolomeu inventou um complicado sistema de oitenta epiciclos em que se movimentariam esses astros. Segundo Ptolomeu, um epiciclo é a órbita circular descrita por um planeta, enquanto o centro dessa órbita descreve outra, igualmente circular, ao redor da Terra.

Sua maior obra é o Almagesto, coletânea de treze livros que tratavam de astronomia, o movimento dos planetas, as 48 constelações da época catalogadas, etc.

Algumas frases:
“Tudo o que é difícil de alcançar é facilmente atacado pela generalidade dos homens.”
“Como a fortuna material está associado com as propriedades do corpo, assim honra pertence aos da alma.”



Alexandre, o Grande ou Alcibíades
Alexandre, o Grande (356 a.C. - 323 a.C.) nascido Alexandre III da Macedônia e conhecido também como Alexandre III, o Nanico. Foi um príncipe e posteriormente rei macedônio, tendo sido um dos maiores conquistadores da história.

Foi o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em sua juventude, teve como preceptor o filósofo Aristóteles. Tornou-se o rei aos vinte anos, na sequência do assassinato do seu pai.

Suas conquistas foram vastas, dominando a Grécia, Egito, Pérsia, Babilônia, parte da Índia e praticamente todo o território que ficava entre esses lugares.

Quando seus generais o perguntavam qual deles o sucederia no controle de seu império, Alexandre respondia “Ao mais forte”. Uma frase que ele uma vez que tem o contexto bastante encorajador, porém, tendo sido usada num contexto pessoal foi "Ou você muda de atitude ou de nome!". Disse isso para um soldado seu chamado Alexandre, que não participou de uma batalha onde as tropas dele estavam num número três vezes menor. Disse como proposta ao rei Dário "O céu não tem dois sóis, e a Ásia não terá dois reis."

Alexandre decidiu regressar à Pérsia, viagem penosa, sob o ataque de povos hostis, na qual foi ferido mortalmente e acometido de uma febre misteriosa, que nenhum de seus médicos soube curar. Alexandre morreu na Babilônia, a 13 de junho de 323 a.C., com apenas 33 anos.

Algumas frases:
"A sorte favorece os audazes."
"Deus é o pai comum de todos os homens; mas reconhece especialmente como seus filhos os homens mais virtuosos."
"Eu prefiro viver uma vida curta e gloriosa do que uma longa porém na obscuridade."
“A coerência é própria do caráter dos homens, mas eu sou incoerente, pois tenho o caráter de um deus.”
"Eu não temeria um grupo de leões conduzido por uma ovelha, mas eu sempre temeria um rebanho de ovelhas conduzido por um leão."

Alcibíades Clinias Escambónidas (450 a.C. - 404 a.C.) foi um general e político ateniense. Era de família ilustre, da elite de Atenas, tendo inclusive Clístenes como conhecido de sua família. Cresceu órfão, tendo sido educado por Péricles, seu tio. Foi veterano da Guerra do Peloponeso.

Cresceu em meio à democracia ateniense. Era amigo também de Sócrates, que lhe salvou a vida na campanha de Potidéia e em Delion. Segundo Plutarco, Sócrates era o único homem para com quem Alcibíades fazia reverência. Platão o citou nos díalogos O Banquete e Aristófanes na peça As Rãs.

Seus desentendimentos com os espartanos anos mais tarde fariam ele asinar sua sentença de morte, acabando por ser assassinado em sua casa.

Algumas frases:
"Os homens não se contentar com a aparar os ataques de um superior, mas muitas vezes o primeiro golpe para impedir o ataque que está sendo feito e não podemos fixar o ponto exato em que o nosso império deve parar. Devemos ter alcançado uma posição em que nós não se contentar com a manutenção, mas deve regime de estendê-lo, pois, se deixarem de governar os outros, estamos em perigo de ser governado. Nem você olhar para a inação do mesmo ponto de vista de outros, a menos que você esteja preparado para mudar seus hábitos e torná-los como os deles."


Anaximandro, Boécio ou Empédocles
Anaximandro (610 a.C. - 547 a.C.) foi um filósofo pré-socrático, político, astrônomo e geógrafo grego. Foi pupilo de Tales de Mileto, tendo sido membro da escola milesiana.

Segundo Anaximandro, o princípio, ou elemento primordial, era o "ápeiron", infinito ou indeterminado, a matéria eterna e indestrutível, da qual provêm todos os seres finitos e determinados, e na qual os contrários - como o quente e o frio, o seco e o úmido -, em luta uns com os outros, são finalmente reabsorvidos.

Anaximandro também tratou da origem dos seres vivos, que teriam vindo do barro e formariam seqüência desde o mais simples até o homem, surgido de um ser pisciforme.

A ele se atribui a medição dos solstícios e dos equinócios, trabalhos para determinar a distância e o tamanho das estrelas - e a afirmação de que a Terra é cilíndrica e ocupa o centro do Universo.

Algumas frases:
"Todos os seres derivam de outros seres mais antigos por transformações sucessivas."

Boécio (480 – 524/525) nascido Anício Mânlio Torquato Severino Boécio foi um filósofo, estadista teólogo romano. É considerado um Padre da Igreja (também Santo Padre ou Pai da Igreja, uma condecoração para teólogos católicos influentes).

Entre uma ética inspirada nos antigos, procedendo com argumentos aristotélicos e estóicos, e uma formação de espírito enciclopédico e já medieval, menos pagão do que grego, mas muito mais romano do que cristão, Boécio exerce forte influência na Idade Média, que adotará seus tratados sobre música e geometria nos centros de ensino superior e debaterá a questão escolástica dos "universais" tomando como guia seus estudos filosóficos de base neoplatônica.

Tendo-se preocupado em difundir Platão e especialmente Aristóteles, de que traduziu e comentou várias obras, Boécio é uma presença importante no trabalho do próprio Tomás de Aquino, que se fundamenta em sua obra teológica Sobre a Trindade para distinguir o gênero da espécie e firmar o conceito de "pessoa" - "a substância individual de uma natureza racional" -, produto da reflexão de Boécio.

Em 522, foi acusado de trair o rei em benefício de Justino I, imperador do Oriente, assim como de ser o autor de cartas subversivas e de se dar a práticas de magia, foi preso e torturado até a morte.

Algumas frases:
"A avareza torna odioso o homem; a liberalidade torna-o estimado."

Empédocles (495 a.C./490 a.C - 435 a.C./430 a.C.) foi um cientista e filósofo pré-socrático. Sua idéia mais notável é a teoria dos quatro elementos.

De família rica e ilustre, Empédocles teria sido vitorioso em uma das provas das Olimpíadas. Vestia-se de púrpura e portava um diadema de ouro. Chefe do partido democrático, era um gênio extremamente versátil, interessando-se por biologia, física e medicina. Foi também legislador, poeta e taumaturgo. Seus discípulos o adoravam como a um deus. Escreveu em versos, dos quais subsistem 400 do poema "Mundo físico" e 120 de "As purificações".

Criou a arte retórica, foi místico e filósofo. Empédocles se esforçou por reconciliar a percepção dos fenômenos cambiantes com a concepção lógica de uma existência imutável subjacente, e descobriu a solução em quatro elementos inalteráveis - terra, ar, fogo e água -, cujas associações e dissociações resultariam da ação de forças antagônicas - o amor e a discórdia -, que constroem, destroem e reconstroem o universo eternamente.

Sua filosofia parece uma síntese do materialismo jônico, do idealismo panteísta dos eleatas e da filosofia de Heráclito. Foi o primeiro a explicar a origem das espécies por uma seleção natural em que sobrevivem os mais aptos.

Teve contribuição para a ciência, como com a descoberta da força centrífuga, da luz lunar proceder da solar e em dizer que a Terra é esférica.

Segundo a tradição, Empédocles teria morrido atirando-se na cratera do vulcão Etna.

Algumas frases:
"Quatro raízes de todas as coisas: fogo, ar, água e terra."
“Se você exige só obediência, então você juntará em volta de si mesmo somente bobos.”
"O que não se aplica de acordo com a lei está ligando não somente para algumas pessoas e para outras não. A lei estica-se para todos, por todo o ar penetrante e a luz sem limite do céu."
"Deus é um círculo em que o centro está em toda parte e o acesso é por nenhuma parte."



Xenofonte (cerca de 430 a.C.- 355 a.C) foi um historiador, soldado e mercenário grego. É reconhecido por escrever sobre a história de sua época e os discursos de Sócrates.

Juntou-se aos mercenários gregos que combateram na Pérsia contra Artaxerxes II, estando eles aliados ao lado de Ciro, o Jovem. Os gregos venceram, mas Ciro morreu depois da Batalha de Cunaxa.

Sua concepção de vida, tradicionalista, aristocrática e antidemocrática, seguia as idéias espartanas. Como bom ateniense, de personalidade marcante, gostava de discutir e argumentar seus pensamentos e atos. Seu estilo simples, elegante e correto é um marco da literatura grega.

Em 396 a.C., três anos após a morte de Sócrates, a serviço dos espartanos, foi banido de Atenas. No exílio, perto de Olímpia, teria escrito grande parte de sua obra.

Algumas frases:
"Interrogar é ensinar."
"O som mais doce de todos é o elogio."



Apeles (viveu no século IV a.C.) foi um pintor grego, residente na Jônia. Não há certeza de seu local de nascimento e morte, mas acredita que foi Cólofon e Cós, respectivamente. Foi rival de Protógenes.

Era filho de um arquiteto. Seu irmão também era pintor. Estudou em Éfeso com Éforos e depois em Cítio, atual Larcana, no Chipre. Também morou no Egito.

Conheceu Alexandre, o Grande, tendo inclusive se tornado retratista oficial dele, tendo o acompanhado inclusive na expedição à Ásia.

Trabalhou até aos últimos anos do século IV a.C., conforme se depreende das suas relações com Ptolomeu, Antígono e Protógenes.

Considerado como o mais importante pintor da Antiguidade, por autores como Plínio, Estrabão, Luciano, Ovídio, Petrônio e outros, a sua arte teve grande influência sobre os artistas que se lhe seguiram, direta ou indiretamente, uma vez que lhe é atribuído um Tratado de arte.

A totalidade das suas obras perdeu-se, sendo conhecidas apenas através de referências ou descrições. Algumas de suas obras: Alexandre em triunfo, Alexandre a cavalo, Alexandre como Zeus com o raio, Artemisa e Afrodite Anadiômene, a mais memorável e ainda presente.

Algumas frases:
“O sapateiro, além da sandália, fato!”



Heráclito de Éfeso (datas aproximadas: 540 a.C. - 470 a.C.) foi um filósofo grego pré-socrático. Recebeu o codinome de “pai da dialética”.

Pouquíssimo se sabe sobre a vida de Heráclito. As informações que chegaram até nós se referem a seus próprios escritos e a antigas biografias, as quais nada mais são que inferências ou invenções usadas para ilustrar seu pensamento.

Descendente dos reis de Éfeso, colônia ateniense na costa da Ásia Menor, abriu mão do título honorífico em favor de seu irmão. Altivo, ele desprezou a plebe e hostilizou a nascente democracia em Éfeso, se recusando a escrever sua constituição.

Ao contrário da maioria dos filósofos antigos, Heráclito é geralmente visto como independente de escolas e movimentos, provavelmente um autodidata. Seus escritos conjugavam ciência, relações humanas e teologia. Apesar de influenciado por seus predecessores, ele foi crítico do pensamento vigente e chamava os poetas épicos de "tolos" e Pitágoras de "impostor".

Sua filosofia é famosa pelo “tudo flui”, e por determinar que o fogo é a substância primordial das coisas.

Desapontado com seus conterrâneos, Heráclito se retirou ao templo de Artemis, onde teria depositado seus manuscritos como um legado à posteridade e para livrá-los da incompreensão da "maioria", que ele desprezava.

Algumas frases:
"Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio."
"A única coisa que não muda é que tudo muda."
"Para os seres despertos, há somente um mundo comum."
"Os olhos e os ouvidos são maus testemunhos quando a alma não presta."
"A oposição traz concordia. Da discórdia advém a mais perfeita harmonia."



Diógenes de Sínope (412/404 a.C. - 323 a.C.) foi um filósofo grego. Foi um cínico, discípulo de Antístenes.

Foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates. Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto.

Eventualmente se estabeleceu em Corinto, onde continuou a buscar o ideal cínico da auto-suficiência: uma vida que fosse natural e não dependesse das luxúrias da civilização. Por acreditar que a virtude era melhor revelada na ação e não na teoria, sua vida consistiu duma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta.

Sua maneira de viver extravagantemente simples e o repúdio aos costumes civilizados transformaram-no em assunto de muitas anedotas.

Segundo um desses relatos anedóticos, Alexandre, o Grande, durante sua estada em Corinto, viu Diógenes deitado, expondo-se ao sol. Alexandre perguntou-lhe, então, o que poderia fazer por ele. "Não te interponhas entre mim e o sol", respondeu Diógenes. Ao que Alexandre teria retrucado: "Se eu não fosse Alexandre, desejaria ser Diógenes".

Algumas frases:
"O amor é o emprego dos ociosos."
"Na casa de um rico não há lugar para se cuspir, a não ser em sua cara."
"Discurse sobre a virtude e eles passarão como rebanho. Assobie e cante, e terás uma platéia."
"Para que serve um filósofo, se não para machucar os sentimentos de alguém?"



Euclídes ou Arquimedes
Euclides de Alexandria (360 a.C. — 295 a.C.) foi um professor, matemático platônico e escritor grego.

Euclides foi um famoso matemático grego, pertencente à Escola Megárica, cuja terra natal e data de nascimento desconhecemos. Seu pensamento floresceu em Alexandria, por volta de 300 a.C. Sua obra principal chama-se "Elementos", e trata da geometria e da teoria dos números.

Euclides escreveu ainda outras obras matemáticas, inclusive um breve tratado, que se conserva, sobre as notas musicais. Foi Euclides quem disse a Ptolomeu I que não havia "estrada real" para a geometria.

A geometria euclidiana é caracterizada pelo espaço euclidiano, imutável, simétrico e geométrico, metáfora do saber na antiguidade clássica e que se manteve incólume no pensamento matemático medieval e renascentista, pois somente nos tempos modernos puderam ser construídos modelos de geometrias não-euclidianas.

Algumas frases:
“Um número é uma pluralidade composta de unidades.”

Arquimedes de Siracusa (287 a.C. – 212 a.C.) foi um matemático, físico e inventor grego.

Filho do astrônomo Fídias e aparentado com o rei Híeron II, de Siracusa, Arquimedes, muito jovem ainda, visitou Alexandria, onde conviveu com cientistas da época. Retornando à terra natal, Siracusa, entregou-se inteiramente às pesquisas matemáticas.

Seus engenhos de guerra, suas máquinas de caráter utilitário e as lendas que circulavam sobre suas invenções originais tornaram-no conhecido em todo o mundo antigo. O nome de Arquimedes ficou intimamente ligado à história das invenções.

Teve contribuição para a ciência, especialmente para o campo físico da hidráulica, os conceitos de alavanca e hidrostática, a descoberta do empuxo, o método usado para se medir círculos, entre outras. Na descoberta do empuxo ele usou a expressão “Eureka!”, que é de sua autoria.

Dentre os episódios mais famosos de sua vida, o problema da coroa de Híeron reflete bem a personalidade desse matemático genial. Híeron queria descobrir se sua suposta coroa de ouro não havia tido prata feita em sua composição, e ordenou que Diógenes descobrisse isso com o seguinte incentivo: Se ele conseguisse, o homem que fez a coroa iria morrer; caso não conseguisse, Arquimedes é quem morreria.

Ele então preparou dois blocos, um de ouro e outro de prata, ambos com o mesmo peso da coroa. Mergulhou cada um deles, separadamente, em dois recipientes cheios de água, e mediu a quantidade de água que transbordou de cada recipiente. Assim, por meio desse processo, verificou que os volumes de água deslocados pelos dois blocos eram diferentes, concluindo por estabelecer, com certa precisão, as massas de ouro e de prata empregadas na confecção da coroa de Híeron. Arquimedes determinou, dessa maneira, os pesos específicos do ouro e da prata. Essa e outras experiências permitiram que o matemático chegasse a uma conclusão igualmente importante - e que passou à história com o nome de "Princípio de Arquimedes": todo corpo mergulhado num fluido recebe um impulso de baixo para cima igual ao peso do volume do fluido deslocado. Daí resulta que os corpos mais densos do que a água imergem, enquanto os menos densos flutuam. Ele descobriu que havia prata na composição da coroa, e quem morreu foi o homem que a fez.

Arquimedes morreu após a tomada de Siracusa durante a Segunda Guerra Púnica, cerca do ano 212 a.C. Foi morto por engano por um soldado romano, apesar dos soldados terem ordens explícitas para defendê-lo, já que os romanos tinham uma enorme admiração por ele. Diz-se que quando os soldados romanos invadiram a praia de Siracusa, encontraram um velho senhor - o próprio Arquimedes - desenhando círculos na areia. Sem imaginar que esse era o gênio responsável pela criação das poderosas armas sicilianas, assassinaram-no quando ele se negou a obedecer a suas ordens, porque não queria ver perturbado o raciocínio que seguia nesse momento. De acordo com o seu desejo, a sua sepultura foi decorada com o desenho de uma esfera dentro de um cilindro, que fazia parte de uma das suas demonstrações matemáticas favoritas.

Algumas frases:
"Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e levantarei o mundo."
"Brincar é condição fundamental para ser sério."



Platão (428 a.C. - 347 a.C.) foi um filósofo grego, um dos três mais importantes de toda a filosofia ocidental. Foi aprendiz do grande Sócrates e mestre do grande filósofo Aristóteles. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles.

Nasceu de uma família rica ateniense, envolvida com políticos. Muitos estudiosos de sua obra dizem que o grego ficou conhecido como Platão por causa do seu vigor físico e ombros largos. A excelência na forma física era muito apreciada na Grécia antiga e os seus "diálogos" estão repletos de referências às competições esportivas.

Ainda na juventude, tornou-se discípulo de Sócrates, com quem conviveu durante oito anos, iniciando-se na filosofia. Depois de acompanhar todo o processo que condenou o seu mestre (Sócrates, acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos "deuses", foi obrigado a beber o veneno cicuta, que o levaria à morte), Platão, desiludido com a democracia ateniense, viaja para outras cidades da Grécia, Egito e sul da Itália, e começa a escrever.

Em 387 a.C., funda em Atenas uma escola chamada Academia, com uma exigência, escrita na fachada: "Que aqui não entre quem não for geômetra". Em pouco tempo, esta escola tornou-se um dos maiores centros culturais da Grécia, tendo recebido políticos e filósofos como Aristóteles, Demóstenes, Eudoxo de Cnido e Esquines, entre outros. Mesmo com esse sucesso, seu único pupilo foi de fato Aristóteles.

Pela tradição familiar, o seu destino deveria ser a política. Mas, a experiência dos políticos que governaram Atenas por imposição de Esparta (404/403 a.C.), entre os quais estavam dois de seus tios, fez Platão afastar-se dessa forma de política. De acordo com o filósofo, uma cidade-modelo deveria distribuir os seus habitantes em três segmentos: os sábios deveriam pertencem à ordem dos governantes, os corajosos, que deveriam zelar pela segurança, à ordem dos guardiões, e os demais, responsáveis pela agricultura e comércio, fariam parte da ordem dos produtores.

O filósofo também não concordava que os políticos mais votados assumissem os principais cargos em uma cidade ou país. Para Platão, nem sempre o mais votado era o mais bem preparado. Dentro deste contexto, era necessário criar uma alternativa para impedir que a corrupção e a incompetência tomassem conta do poder público.

Pode-se destacar como idéias mais reconhecidas o amor platônico, qual para ele, o amor ideal não se baseava em atrações efêmeras e nada superficial, e sim, na virtude. Também tem a concepção de mundo sensível (o das idéias, pensamentos e emoções) e o inteligível (a verdade, o conhecimento, o saber).

Muitos de suas obras são diálogos com Sócrates, retratando diversos temas, como a virtude, dever, ciência, natureza, etc. Suas obras mais reconhecidas podem ser apontadas como Crítias, O Banquete, Fédon, A República e Apologia de Sócrates.

No quadro ele está segurando o Timeu e apontando para cima, indicando o ideal, representando o mundo inteligível.

Algumas frases:
"O belo é o esplendor da verdade."
"São filósofos verdadeiros aqueles que gostam de contemplar a verdade."
"Não é com honras e riquezas que se contenta o coração de um pensador, mas sim apenas com o saber e a virtude."
"Amor: uma perigosa doença mental."
"A necessidade é a mãe de toda invenção."
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."
"Uma vida não questionada não merece ser vivida."
"Devemos aprender durante toda a vida, sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice."
"A sabedoria consiste em ordenar bem a nossa própria alma."
"O sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo, porque tem que dizer alguma coisa."



Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) foi um cientista e filósofo grego. É um dos três estandartes de toda filosofia ocidental. Foi aluno de Platão e instrutor de Alexandre Magno quando o mesmo era jovem. 

Aos 16 ou 17 anos, Aristóteles mudou-se para Atenas, então o centro intelectual e artístico da Grécia, e estudou na Academia de Platão até a morte do mestre, no ano 347 a.C.

Depois disso, passou algum tempo em Assos, no litoral da Ásia Menor (atual Turquia), onde casou-se com Pítias, a sobrinha do tirano local. Sendo este assassinado, o filósofo fugiu para Mitilene, na ilha de Lesbos. Foi depois convidado para a Corte da Macedônia onde, durante três anos, exerceu o cargo de tutor de Alexandre, mais tarde "o Grande".

Em 355 a.C. voltou a Atenas e fundou uma escola próxima ao templo de Apolo Lício, de onde recebeu seu nome: Liceu. O caminho coberto ("Peripatos") por onde costumava caminhar enquanto ensinava deu à escola um outro nome: Peripatética. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica.

Aristóteles é considerado um dos mais fecundos pensadores de todos os tempos. Suas investigações filosóficas deram origem a diversas áreas do conhecimento. Entre outras, podem-se citar a biologia, a zoologia, a física, a história natural, a poética, a psicologia, sem falar em disciplinas propriamente filosóficas como a ética, a teoria política, a estética e a metafísica.

Cada uma dessas áreas é discutida minuciosamente pelo filósofo. Suas investigações, muitas vezes de caráter exploratório, não chegavam a conclusões definitivas. De modo geral, Aristóteles fazia uma lista das hipóteses já enunciadas sobre determinado assunto e demonstrava sua inconsistência para, a seguir, buscar respostas que preservassem o melhor das hipóteses analisadas.

Mesmo grande filósofo, ele cometeu vários erros na ciência, como em afirmar a abiogênese e dizer que um objeto pesado é mais fácil de se aplicar força do que um mais leve. Apoiava também certos preceitos de sua época, como formas de superioridade, como a de proprietário sobre o escravo e do homem para com a mulher.

O conjunto de suas obras é denominado Corpum aristotelicum, ou Corpo aristotélico.

No quadro ele carrega o Ética a Nicômaco e está com a mão na horizontal, representando o terreno mundo sensível.

Algumas frases:
"A educação tem raízes amargas, porém os frutos são doces."
“O homem é um animal político, destinado a viver em sociedade.”
"A natureza tem horror ao vácuo."
"Todas as coisas são definidas por suas funções."
"Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um efeito, mas um hábito."
"Quem encontra prazer na solidão, ou é fera selvagem ou é um deus."
"O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra."
"A felicidade e a saúde são incompatíveis com a ociosidade."
"Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade."



Rafael Sanzio (Raffaello Sanzio em italiano) nasceu em 6 de abril de 1483 e morreu em no mesmo dia, só que no ano de 1520. Foi um artista italiano, sendo pintor e arquiteto, expoente da escola florentina na Renascença. Foi ele que pintou o afresco Escola de Atenas.

Urbino (sua terra natal) era então capital do ducado do mesmo nome e seu pai, Giovanni Santi, pintor de poucos méritos, mas homem culto e bem relacionado na corte do duque Federico da Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque, personificação do ideal renascentista do príncipe culto, encorajara todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e Leone Battista Alberti.

Com este artista o jovem apreendeu a técnica do afresco ou pintura mural. Em seu ateliê Rafael elaborou sua primeira obra significativa, O Casamento da Virgem, de 1504. Em 1501 ele concluiu sua primeira produção, um altar para a Igreja de San Nicola da Tolentino. Neste mesmo ano ele segue para Florença, centro artístico onde se desenvolveram as carreiras de Michelangelo e Leonardo Da Vinci. Este gênio das artes exerceria profunda influência sobre sua obra, que também teria a ascendência de Fra Bartolomeu.

Quatro anos depois o papa Júlio II o convida para trabalhar a seu serviço, especialmente na decoração dos aposentos do Vaticano, que se tornariam famosos como as stanze de Rafael. Aí ele permaneceu por 12 anos, encarregado de obras de vulto, que provaram o poder de sua rica e diversificada imaginação.

Em 1515 ele é oficializado como arquiteto do Vaticano, passando a coordenar a sequência dos trabalhos na Basílica de São Pedro. Nesta mesma ocasião ele passou a comandar as investigações arqueológicas então realizadas em Roma. Com o falecimento de Júlio II, em 1513, ele tornou-se o artista dileto de seu sucessor, Leão X.

A morte precoce de Rafael, no dia em que completava 37 anos, reforçou a aura mística que rodeava sua figura. Admirado pela aristocracia e pela corte papal, que o viam como o "príncipe dos pintores", foi encarregado pelo Papa Júlio II de decorar com afrescos as salas do Vaticano hoje conhecidas como as stanze de Jesus Cristo.

Rafael morreu em Roma no seu aniversário de 37 anos, (alegadamente apenas a algumas semanas depois de Leão X apontá-lo como cardeal), acometido por uma febre após um encontro à meia-noite, e foi profundamente lamentado por todos aqueles que reconheciam sua grandeza. Seu corpo repousou por um certo tempo em uma das salas na qual ele havia demonstrado sua genialidade e foi honrado com um funeral público. Sua obra Transfiguração precedeu seu corpo durante a procissão fúnebre. Foi enterrado no Panteão de Roma, o mais honorável mausoléu da Itália.

É autor de vários afrescos presentes no Palácio Apostólico no Vaticano, como a própria Escola de Atenas, O Batismo de Constantino, Libertação de São Pedro, A Coroação de Carlos Magno, O Incêndio do Borgo, A Expulsão de Heliodoro do Templo, Leão X e Átila e outros.

Em sua tumba foi escrita uma frase do cardeal Pietro Bembo:
"Aqui jaz Rafael, que fez temer à Natureza por si fosse derrotada, em sua vida, e, uma vez morto, que morresse consigo".