segunda-feira, 28 de março de 2011

Filosofia oriental

Uma das grandes divisões da filosofia. Será tratado as principais características e diferenças do pensamento dos orientais.

A filosofia ocidental, tendo como paradigma a grega, fundamenta a razão como meio para se chegar a verdade. A filosofia oriental descarta essa idéia, propondo a intuição como "a chave-mestra para o conhecimento".

O oriental possui uma visão e mundo diferente da ocidental, deixando de lado uma visão racional ele procura se relacionar com as coisas à volta e sabe que tudo faz parte de um grande conjunto. Com este posicionamento, quando ele contempla a natureza, sabe que a mesma energia que fez estas belas coisas existe em seu interior e assim valorizar mais as suas capacidades. Quando uma pessoa tem este ponto de vista, ela se relaciona melhor com tudo à volta e traz mais harmonia para sua vida, pois sabe que faz parte de uma grande entidade maravilhosa (ou seja, tudo tem uma essência).

As filosofias em maior destaque dela são a chinesa (taoísta e confucionista por exemplo) e a indiana (hindu e budista, por exemplo). O mundo na filosofia oriental não se encontra nele exteriormente, e sim, interiormente. O que isso quer dizer?
Diz que o que faz o mundo ser o que vemos é o que fazemos ele ser.

Outro ponto do pensamento oriental é a filosofia das mutações; os opostos que se completam, certamente relacionados ao fluxo da energia vital, que hoje é de uma maneira e amanhã poderá ser de outra. O jogo conjunto Yin-Yang em eterna mutação determina não apenas o relacionamento entre gêneros, como também o equilíbrio entre todos os opostos, que constituem uma unidade polarizada, como por exemplo: corpo e espírito, consciente e inconsciente, o ideal e a realidade, direita e esquerda, governo e oposição, acima e abaixo, dia e noite, luz e trevas, etc. Cada pólo tem valor idêntico ao outro, os pólos se completam e se necessitam mutuamente. No entanto, quando o equilíbrio habitualmente existente entre eles é perturbado, ambas as partes mostram o seu lado destrutivo e maléfico. Portanto, a meta não é incentivar um pólo em prejuízo do outro, por parecer melhor, porém visar um equilíbrio que beneficie ambos.

Alguns nomes da filosofia oriental: [Alguns apenas]

Chineses: Sun Tzu, Confúcio, Mêncio, Linji Yixuan e Chuang-Tzu.
Indianos: Buda, Guru Nanak, Kautilya, Nagarjuna, Bhaskara e Vatsyayana.

Principais características da filosofia oriental: Intuição, dualismo, equidade, energia vital, fundamentação da harmonia, subjetividade e causa e consequência.

domingo, 27 de março de 2011

Noção de Direito

Em primeiro lugar, o direito não é algo que tem uma definiçã fácil, os romanos diziam que era muito perigoso se definir tal fenômeno: “omnis definitio in iure civili periculosa est: parum est enim subverti possit”.

O direito inicialmente nasceu com os gregos, em especial com o pensamento platônico, quando começou a se iniciar a influência da racionalização. Antes, a mitologia penetrava na filosofia (ou seja, o credo influenciava a visão de razão). O direito passou assim do moral e lenda para o racional. [Lembrando que a moralidade grega antes se baseava primordialmente nos mitos.]

Foi um rompimento bastante significativo, sobretudo para a história do direito. A partir de então, falar de direito é falar de algo criado pelos seres humanos para os seres humanos. As normas correspondem ao que está num corpo de leis.

Não podemos negar que a idéia de direito se remonta, antes de tudo, aos gregos. Mais tarde foi que os romanos a denominavam de Ius, sendo daí que o direito começou a ser mais relacionado com a palavra justiça.

O conceito platônico de direito é muito distante do que entendemos hoje. Para Platão, um esperto conhecedor do direito, a função do jurista não é somente aplicar ou estudar as leis existentes, mas antes de tudo, comparar os decretos injustos das assembléias populares, assim como dos emanados pelos tiranos. Uma lei injusta, torna-se uma lei malvada, portanto não se configura conseqüentemente como direito.

A “justiça é dar a cada um o que é seu”. Definição naturalmente de cunho poético, atribuida ao poeta Simônides, em uma de suas obras, e esta deifinição passou a ser um dos estandartes do direito graças ao jurista romano Ulpiano.

O ser humano como ser consolável

"O som mais doce de todos é o elogio." - Xenofonte

O ser humano é um ser cheio e dúvidas, incertezas, inseguranças, temores, curiosidade e coisas do gênero. Mesmo sem notar, a busca de respostas é tão grande e ao mesmo tempo a curiosidade de buscar é limitada pelo ócio que as pessoas acabam se contentando em acreditar em coisas que não são bem verdade, mas que acabam saciando suas necessidades existenciais.

O consolo anda ao lado da ignorância, e é pretexto para o não-saber. Isso pode ser notado, por exemplo, no quanto o condicionamento social acaba afetando a mentalidade de um indivíduo, sendo que este condicionamente por sua vez satifaz necessidades sociais desta mesma pessoa.
Por sua vez, a moral do cidadão acaba sendo influenciada pela coercitividade coletiva que o meio social impõe, fazendo assim por dizer uma lavagem cerebral na senso crítico e racional de alguém.

Outro exemplo a se citar é o religioso. Neste contexto, a pessoa acaba aceitando as normas da religião qual foi educada ou qual é dominante onde vive (raramente por alguma que ela por si só considere "esclarecedora"). As necessidades de saber coisas do tipo de onde ela veio, para onde vai, quem criou tudo; e outras ligadas a religião acabam fazendo, pelo menos comumente, uma pessoa seguir algo sem ao menos pensar se aquilo pode mesmo ser verdade ou não.

Problema não se torna um fato social, e sim, o indolência que a maioria das pessoas têm no refletir, pensar, questionar e outros processos epistemológicos.

Desde seus primórdios a humanidade foi necessitaria. O ser humano é um ser de necessidades, e sem perceber se sente nu e desprotegido por sua incertezas e medos que acaba aceitando aquilo que lhe convêm.

O mito da caverna


O mito da caverna tem autoria de Platão, presente em A República, no livro VII. Trata-se da exemplificação e alegoria de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade.

Para que se possa entender o que esse mito pretende passar, exercite sua imaginação com o que será proposto: Imagine um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.
Ficam de costas para a entrada, sem poder sair, olhando somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens e coisas que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons do mundo exterior, de modo que os prisioneiros os associariam às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade do mundo exterior.

O que aconteceria quando sairam da caverna? Num primeiro momento, a claridade os cegariam. Depois, se adaptariam a claridade, veriam os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, veria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projectadas no fundo da caverna) e que somente agora está a contemplar a própria realidade.

Que lhe aconteceria no retorno? Os demais prisioneiros tentariam ridicularizá-lo, não acreditariam nas suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas gracetas, o espancariam, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam o matando; ou apenas o ridicularizar ao extremo. Mas, quem sabe, alguns poderiam o ouvir e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.

O que o mito da caverna nos passa metaforicamente da condição humana perante o mundo, sendo à educação o conhecimento filosófico bastante valorizado na luta contra a ignorância.
As pessoas na caverna fazem o papel das ignorantes, que interpretam como real aquilo que é apresentado para o mesmo, tendo assim uma perspectiva superficial da realidade.

A caverna seria a visão de mundo superficial que temos, que condicionamentos que constrõem nossa ideologia criam, assim nos "prendendo numa caverna".





sexta-feira, 25 de março de 2011

Romantismo e Realismo

Essas duas tradições são tanto artísticas, literárias, políticas e intelectuais. [Falaremos à respeito apenas do lado intelectual de ambas.]

O movimento romântico estava em contrapartida ao racionalismo. Tinha como principais características a liberdade individual, orgulho excessivo (tal como o patriotismo exagerado), sentimentalismo dramático, idealizações utópicas ou muito perfeccionistas e desejos de escapismo.
Surgiu na Europa numa época intelectualmente conturbada e rebelde, sendo a Revolução Francesa o apogeu desse tempo.
A filosofia romântica, se analisarmos, teve influência no pensamento contemporâneo, como em adotarmos que cada um é livre pra escolher sua religião, orientação, etc; o patriotismo que somos criados para ter e a aversão em tocar no assunto "sofrimento".

Na metade do século XIX surgiu o movimento realista. Esse, por sua vez, possui ideais mais realistas, buscando apenas ver as coisas como elas são; de forma clara e direta. Outro tema recorrente no realismo é os aspectos negativos da natureza humana, além de seus vícios e prazeres.
O pensamento realista é visto por ser mais pessimista, por tratar muito claramente os problemas sociais e humanos, que são praticamente inevitáveis quando fala sobre um deles (ou ambos).

quarta-feira, 23 de março de 2011

Humor negro


Deve ter ouvido já falar de humor negro, não é? É aquele tipo de humor considerado "de mau gosto" ou "politicamente incorreto".

Para uma pessoa moralista esse tipo de humor é ofensivo, preconceituoso ou "cruel" (como é algumas de suas piadas segundo um moralista).
Os valores contemporâneos adotam o politicamente correto, que é neutralidade sobre questões discriminatórias e/ou que possam causar revolto (questões religiosas, raciais, sexuais, etc).

O politicamente correto faz com que piadas de humor negro (como de conteúdo social, racista, que envolvam dor, etc) não sejam muito vistas, pois a pessoa que conta vai parecer estar mostrando serem à favor de certa desigualdade.

Mas, em fim, as pessoas não sabem diferenciar humor e crítica. A pessoa estaria mostrando-se desigual se ela não contasse isso numa piada, e sim, passasse a idéia de "inferioridade" (o que mostram as aparentes piadas de "humor negro" perante o grupo de suas protagonistas) em algum recurso "mais sério". [Tipo, contar aquela do "Mancada é cuspir na cara do cego e falar que está chovendo" pode até não ter problema. Problema é a pessoa contar com o fim de desmoralizar, ou não ser cuidadosa com quem, como e onde conta]

A pessoa rir ou contar uma piada considerada humor negro não é ser antiética (pelo menos normalmente). Até moralista deve saber de cabeça alguma piada que fala de negro, gay, mendigo ou seja o que for! [CERTEZA!]

Abaixo, dois vídeos "engraçados". [Somente para quem curte um bom humor negro ou quem não é moralista]



domingo, 20 de março de 2011

As Três Feridas

Sigmund Freud escreveu que, no transcorrer da modernidade, as concepções humanas foram "feridas" três vezes, e que essas "feridas" atingiram nosso narcisismo, isto é, a bela imagem [imagem prepotente] que possuíamos de nós mesmos.

As três "feridas" foram:





1) Copérnico: O astrônomo polaco Nicolau Copérnico ao provar que a Terra não estava no centro do Universo, mostrando assim que o homem não estava no centro das coisas.













2) Darwin: O naturalista britânico Charles Darwin, que ao mostrar que o homem descende de um primata, provando que somos apenas um elo no ciclo de uma evolução, e que não somos seres especiais criados para dominar a natureza.











3) Freud: A última "ferida" teria sido feita pelo próprio Sigmund Freud, psiquiatra austríaco que desenvolveu a psicanálise, mostrando que a consciência é a menor parte e a mais fraca da vida psíquica.







Segundo ele mesmo, essas "feridas" mudaram o achismo que o homem tinha perante ele mesmo, que primeiro mostrou que ele não está no centro das coisas; depois que ele não é um ser criado com certa especialidade; e, por fim, mostrando que ele não é totalmente dominante perante sua própria psique (o homem não tem controle absoluto perante ele próprio).

sexta-feira, 18 de março de 2011

Absolutismo



Na ciência política, o absolutismo é o poder absoluto de um monarca (ou qualquer tipo de governante), sendo superior até mesmo aos quaisquer órgãos governamentais. Segundo os absolutistas, a autoridade do governante provêm de Deus, sendo apenas submetido ao mesmo.

Os reis tinham o que se chamava "Direito Divino dos Reis", uma doutrina política e religiosa que pregava que os reis possuem o direito de serem reis por vontade de Deus.

Alguns nomes de teóricos notáveis do absolutismo são Maquiavel, Hobbes e Bossuet.

Maquiavel escreveu uma vez que "É necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo sua necessidade."

No fim da Idade Média, a política européia sofreu transformações que seria mais tarde a base dos novos tempos que viriam. Com o surgimento da burguesia veio também a necessidade de se eliminar as autoridades e cobranças locais. Em seu lugar, um monarca teria a função de padronizar as políticas fiscais e monetárias de um mesmo território. Ao mesmo tempo, os grandes proprietários de terra se sentiam ameaçados pelas revoltas camponesas que ameaçavam seu antigo poderio político.

Existem também dois grupos importantes na elite absolutista:
• Burguesia: Classe social que surgiu no fim do período medieval, com a queda do feudalismo e o renascimento urbano. Os burgueses eram pessoas ligadas ao comércio ou prestadoras de qualquer outra atividade financeira. Na Idade Moderna, a burguesia passou então a ter um papel mais importante, pois era de sua jurisdição o poder econômico.
• Aristocracia: Integrantes da elite social, membros das classes dominantes. Na época, eles detinham privilégios consequentes por serem membros da elite, e exerciam o poder político, o que contribuía ainda mais para seus luxos serem saciados.

Entretanto, até mesmo os burgueses e aristocratas eram submetidos ao monarca (mesmo assim, o rei ficava "na corda bamba" com esses dois grupos, pois era deles que vinha a riqueza e a prática das vontades do rei). Tirando o rei, cabia ao restante ter legitimação.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Dança com o Diabo

Falemos de um assunto polêmico e complicado (e parte da relação de crime e justiça no Brasil): A polícia, o crime/tráfico e milícias.

[Quando falarei do crime, tratarei especificamente do tráfico!]

No restante do mundo eu não sei dizer, mais aqui no Brasil é algo complicado, nesse jogo de polícia e ladrão às vezes fica até complicado considerar quem é mocinho e quem não é.
De um lado, a polícia representa a moral; a justiça dentro de um lugar; os que fazem prol daquilo que é certo. Entretanto, existem policiais corruptos e os que não sabem ser policiais de verdade (que nem, sabia que existem policiais que revendem drogas que apreendem de traficantes?).
Do outro canto, o tráfico. Pessoas que não tiveram opção na vida, sem chances de futuro na sociedade e que cresceram num lugar e ambiente difícil, e que acabaram tendo essa vida como opção e acolhendo a mesma.

O que torna essa rivalidade complicada é que a polícia enfrenta essas facções criminosas, e ao mesmo tempo tem problema com as milícias. Os traficantes guerreiam contra a polícia, e também, contra outras facções criminosas.

Os traficantes não são mal intensionados. Eles (ou pelo menos parte) mesmos sabem que se envolver com drogas é errado, entretanto, é do perigo que eles vivem. [Fora os idiotas que entram nessa vida "porque é estilo, bacana"]
Se consideram protetores de sua comunidade, usando o medo para ganharem respeito e fazer aqueles que os desafiarem à pensar antes de fazer isso. A polícia para eles é quem causa terror, pois para eles a polícia que começa as trocas de tiro.

A polícia tem a intensão de proteger a sociedade, embora normalmente seu "proteger as pessoas" seja visto por um ponto de vista direitista. O respeito quase automático que a sociedade tem por eles faz muitos serem prepotentes, e até mesmo os fazerem deixar de fazerem seu serviço de forma adequada. Se consideram como "guerreiros da ordem e justiça".
Isso pode até resultar numa busca maior por mais respeito e autoridade, o que é o caso das milícias.

De um lado ficam pessoas de mentalidade moralista e que pretendem defender a sociedade; de outro, pessoas sem muita chance na vida e que batalham (literalmente!) para sobreviver.
Os traficantes se dizem proteger a comunidade deles, a polícia a sua cidade. Os dois falham, pois o que fazem é quase guerra civil.

Os meios e objetivo de alguns, às vezes, até torna indistinguível a restrição de herói e vilão nessa história.

Abaixo, uma parte do documentário Dançando com o Diabo:

terça-feira, 15 de março de 2011

Capitalismo segundo Marx

Segundo o teórico político e economista alemão Karl Marx dizia que o sistema capitalista privilegia a exploração do homem do homem e apenas os donos dos meios de produção e os proveitadores do mecanismo capitalista saem beneficiados (emprestar dinheiro a juros ou comprar mercadorias baratar para revender por preços mais altos).

Marx previu que, com o passar do tempo, essa concentração de riquezar ficaria cada vez acentuada. Além disso, afirmou que o capitalismo, com a forma que ganhava ao decorrer da história, também chegaria ao fim [assim como a escravocracia, o feudalismo e sistemas de produção anteriores]. Segundo ele, o fim do capitalismo se daria por conta com uma grande crise econômica (falências de negócios, desemprego generalizado, etc), que desmoronaria a estrutura capitalista.

A exploração das pessoas por outras pessoas foi criticado por Marx e explicada no conceito do mais-valia.
Na sociedade capitalista, o proletariado produz mais lucro para o patrão do que para si. [Exemplo: Um trabalhador tem a jornada de seis horas diárias, entretanto, em cinco horas ele produz o valor equivalente ao salário de seis horas, sendo o valor da sexta hora apropriado pelo seu patrão. O que é produzido a mais nessa última hora é chamado de mais-vália]

O mais-vália nada mais é do que o trabalho que não é pago ao operário, que é transformado em lucro pelo proprietário do meio de produção.

sábado, 12 de março de 2011

Amor Fati

Essa frase latina pode ser traduzida como "amor ao fado" (fado significado "aquilo que se considera destinado irrevogavelmente; destino; a ordem das coisas; fadário").

O que é amor fati? É amar o destino, o inevitável, o certo e errado, o justo e o injusto, ao amor e o desamor. É aceitar a vida como é, aceitando as coisas boas e ruins, sendo indiferente ao sofrimento.

Nietzsche descreveu como uma pessoa pode ser totalmente realizada é "Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo."
Ou seja, o amor ao fado nos ensina a aceitar o que a vida nos propõe e aceitar "numa boa", sendo indiferente em relação as preocupações e qualquer coisa dentro da condição da existência humana.

Em seu livro, A Gaia Ciência, existem duas referências à este pensamento:
"Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas: - assim me tornarei um daqueles que fazem belas as coisas."
"Amor fati (amor ao destino): seja este, doravante, o meu amor." Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja ‘desviar o olhar’! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia apenas alguém que diz sim."

Agostinho de Hipona descreve essa indiferença na perspectiva cristã, assim como escreveu em sua obra Cidade de Deus: "O nome "fati" (fado) nos faz fugir com horror, sobretudo por causa do vocábulo que ninguém se acostumou a entender o sentido verdadeiro."
Para o Santo Agostinho, era virtuoso o homem que aceitava o destino que Deus o propunha, assim como os demais seres.

Entretanto, o conceito de "amar" o fado é velho, remontando aos filósofos estóicos. Os que seguiam o pensamento da corrente do estoicismo também porpunham essa indiferença ao sofrimento e tudo aquilo que pro ser humano é acidental, como diz o ditado estóico "Guia quem consente e arrasta quem recusa."

terça-feira, 8 de março de 2011

Filosofia oculta

Falemos de ocultismo. Falemos de Aleister Crowley, Eliphas Levi, Papus, Cornelius Agrippa, entre outros ocultistas.

Antes de começar o artigo, um recado: O ocultismo é uma coisa muito ampla e profunda (e complexa), e o simplificar numa só filosofia é algo bastante complicado. [Entretanto, tentarei fazer isso da forma mais prática e coerente ao assunto que for possível]

"A Magia, de um modo geral, nada mais é do que a arte de causar efeitos visíveis a partir de causas invisíveis." - Eliphas Levi

Podemos resumir a filosofia oculta como por ser metafísica, pois visam entender aquilo além da nossa compreensão de causa e efeito (assim como a metafísica tradicional).

As ciências ocultas são um conjunto de teorias e práticas cujo objetivo seria desvendar os segredos da natureza e do Homem, procurando descobrir seu aspecto espiritual e superior. Ele trata do que está além da esfera do conhecimento empírico, o que é secreto ou escondido. O ocultismo está relacionado aos fenômenos supostamente sobrenaturais. Ocultismo é um conjunto vasto, um corpo de doutrinas supostamente proveniente de uma tradição primordial que se encontraria na origem de todas as religiões e de todas as filosofias, mesmo as que, aparentemente, dele parecem afastar-se ou contradizê-lo. O Homem aqui retratado seria um supostamente completo e arquetípico, composto não apenas de corpo, mas também de emoção, razão e alma (como divide a cabala). Segundo algumas tradições ocultistas as religiões do mundo teriam sido inspiradas por uma única fonte sobrenatural. Portanto, ao estudar essa fonte chegar-se-ía a religião original.Muitas vezes um ocultista é referenciado como um mago. Alguns acreditam que estes antigos Magos já conheciam a maior parte das descobertas da ciência, tornando estas descobertas meros achados. [Lembre-se, em várias civilizações do mundo antigo não havia distinção exata entre filósofos, cientistas, sacerdotes, místicos, etc.]

Na ciência oculta, a palavra oculto refere-se a um "conhecimento escondido" ou "conhecimento secreto", em oposição ao "conhecimento visível" ou "conhecimento mensurável" que é associado à ciência convencional.

Para as pessoas que seguem aprofundando seus estudos pessoais de filosofia ocultista, o conhecimento escondido ou oculto é algo comum e compreensivel em seus símbolos, significados e significantes. Este mesmo conhecimento "não revelado" ou "oculto" é assim designado, por estar em desuso ou permanecer no index das culturas atualmente, mas originalmente no século XIX era usado por ter sido uma tradição que teria se mantido ocultada da perseguição da Igreja, e da sociedade e por isso mesmo não pode ser percebido pela maioria das pessoas.

Assim como a filosofia comum, a ocultista também possui escolas de pensamento (hermetismo e teosofia, por exemplo).

[Agradeço o pessoal da comunidade: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=53071]

Valeu Casa do Bruxo!

domingo, 6 de março de 2011

Como é obtido conhecimento?

Dentro da filosofia é usado o termo a priori para se designar uma etapa para se buscar o conhecimento, consistente no pensamento dedutivo.

O que será tratado aqui é como se obtem a priori.

Pela experiência
Filósofos empiristas como Hume, Berkeley e Bacon consideravam pela causa do empirismo; qual o aprendizado é derivado da experiência, que formam ideias (discordando assim de ideias inatas).
John Locke mostra ênfase nisso através da sua tese epistemológica da tabula rasa (do latim "folha em branco"). Essa tese conceitua que todas as pessoas ao nascer o fazem sem saber de absolutamente nada, sem impressões nenhumas, sem conhecimento algum. Então todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.

Pela razão
O pensamento de Leibniz e o racionalismo de Descartes defendiam que o conhecimento é obtido por meio da razão, não pela experiência.
Por esse ponto de vista, o racionalismo afirma que a reflexão não precisa ser necessariamente proveniente da vivência, e sim, de qualquer forma de se conhecer sobre aquilo que se aprende.
Julgo Sócrates como outro um racionalista e defendor a busca da priori pela razão, pelo seu conceito de que o ser humano se conhece ao decorrer da vida, alegando traços inatos de sua natureza.

Separação dos três poderes

A teoria da separação dos três poderes foi desenvolvida por Montesquieu no livro O Espírito das Leis, qual elabora conceitos sobre formas de governo e exercícios da autoridade política que se tornaram pontos doutrinários básicos da ciência política.
Essa proposta dos três poderes é visada como a forma que o poder do Estado se divide e dando competência a órgãos diferentes do mesmo. Muitos da ciência política desse livro possui influência de John Locke e Aristóteles.

Os três poderes são - Executivo, legislativo e judiciário - e serão detalhados abaixo:
• Poder executivo: É aquele que executa as leis. É o poder do Estado que, nos moldes da constituição de um país, possui a atribuição de governar o povo e administrar os interesses públicos, cumprindo fielmente as ordenações legais.
• Poder legislativo: O poder do Estado ao qual é atribuída a função legislativa. Poder legislativo (também legislatura) é o poder do Estado ao qual, segundo o princípio da separação dos poderes, é atribuída o ordenamento jurídico. Por poder do Estado compreende-se um órgão ou um grupo de órgãos pertencentes ao próprio Estado (constituição, parlamento, câmara, etc) porém independentes dos outros poderes.
• Poder judiciário: É baseado na hierarquia dos órgãos que o compõem, formando assim as instâncias. É exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar, de acordo com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo em determinado país.

Assim foi analisado as formas que a política trabalha; fazer as leis, executá-las e julgar.

O Espírito das Leis é um bom livro para se ler [que é bem aconselhável para quem procura se informar melhor sobre política]. Recomendo também A Política, de Aristóteles (embora a mesma tenha alguns princípios de sua época, como a aceitação da escravidão).

sábado, 5 de março de 2011

Sistematização dos fatores

Já ouviu falar da expressão popular do efeito dominó ou do efeito borboleta? Então, se aplicam em tudo que fazemos ou deixamos de fazer na vida.

Efeito borboleta é o conceito de que qualquer coisa (mesmo uma aparentemente insignificante) pode mudar toda a ordem natural daquele determinado acontecimento, transformando o procedimento daquilo que está ocorrendo.

O efeito dominó pode ser levado como consequência do efeito borboleta, pois uma vez que essa "agitação na ordem das coisas" acontece, o restante do seu desenvolvimento é alterado. [É como enfileirar dominós e empurrar um deles. Este que começa a cair compromete os outros também.]

Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Porém isso se mostra apenas como uma interpretação alegórica do fato.

Faremos um exercício de imaginação...Imagine o que pedirei: Faz de conta que você está indo para a faculdade, e decide fazer em São Paulo. Você vai adquirir certas vivências, certo? Mas suponhamos que ao invés de fazer em São Paulo você decida ir para o Rio de Janeiro. A vida que você teria em São Paulo não será a mesma que no Rio, suas experiências serão obtidas de uma forma diferente.

O interessante em pensar sobre isso no nosso cotidiano é a possibilidade que mostra em vivermos num caos onde talvez possa não existir uma ordem natural na realidade; ou a subjetividade do como deva acontecer as coisas, sendo isto uma forte defesa filosófica para a liberdade de escolha.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Relações humanas: Ligações destas com as ecológicas

Existem formas de nós, seres humanos, nos relacionarmos conosco e os demais seres vivos. Na biologia, as formas que os seres vivos têm de se relacionarem dentro de seu ecossistema é chamada de relações ecológicas.

Abaixo explicarei algumas dessas relações, somente as que consegui encontrar coisa parecida nos contratos sociais humanos [se conseguirem fazer com as outras relações dos seres vivos, estudem e analisem vocês mesmos]:

• Sociedade: Associações de indivíduos da mesma espécie, organizadas de forma cooperativa e sem ligação anatômica. Pelos estímulos recíprocos, os indivíduos colaboram com a sociedade.
Nela, sempre há hierarquia, e cada um possui uma função relevante a sobrevivência da comunidade.
Com os humanos é o mesmo. Em toda sociedade existe hierarquia, pois sempre havera divisões das suas responsabilidades, e isso sempre gerará sua divisão. A comunidade vive em cooperação.

• Colônia: Agrupamento de indivíduos da mesma espécie com uma vital dependência coletiva. Nela pode ou não ocorrer divisão de tarefas. As necessidades costumam ser coletivas.
Trazendo isso pra humanidade, seria o exemplo de uma sociedade utopicamente igualitária. Também mostra a dependência dos elementos sociais, sendo as colônias [no sentido da biologia] grupos simples, buscando apenas o que devem.

• Mutualismo: Relação entre indivíduos de diferentes espécies, onde ambos se beneficiam e associação é obrigatória para a sobrevivência.
Na nossa sociedade isso é muito comum. Inevitável termos alguma forma de "relação diplomática" com alguém. Por exemplo os impostos, você os paga e em troca você se beneficia do que eles proporcionam.

• Protocooperação: Duas espécies diferentes vivendo tipo um mutualismo, porém, podem viver de modo independente sem que isso prejudique-as.
Um exemplo humano disso é um filho quando já segue sua vida adulta, tendo emprego, casa própria ... mesmo sendo independente já, os pais, parentes, etc tão aí pra o ajudar no que der e vier.

• Inquilinismo: Nela só um dos indivíduos sai ganhando, mas o outro não é prejudicado.
Acho que nem preciso dizer que existem exemplos humanos de casos de um só lucrando e o outro fica na inércia, porém, sem sair perdendo. Um exemplo desse é algo que praticamente quase todo mundo já fez, colar numa prova; um passar as informações e o outro passa elas para sua folha, mas o que passa a informação não sai prejudicado com isso, e nem ganha nada. [não se ferram desde que não sejam pegos]

• Comensalismo: Um dos indivíduos aproveita as sobras do alimento do outro sem o outro ser prejudicado.
Um exemplo extinto da sociedade é a escravatura, qual os escravos comiam as sobras das refeições dos seus chefes. Um exemplo mais recente é o de muitos casos de comércios, qual o patrão prioriza primeiro seu benefício e depois se importa em como e quanto (ou quando) pagar seus funcionários.

• Predatismo: Ocorre quando um ser vivo é intencionado a capturar através da caça e matar outro ser com o fim de se alimentar da sua carne. Ocorre entre espécies diferentes (um ser se alimentar da mesma espécie é canibalismo). Para sobreviver, algumas presas possuem meios de se defenderem (como o mimetismo, camuflagem e aposematismo).
Isso ocorre figurativamente na sociedade, o mundo está louco. É um tendo que levar o outro pra baixo, é a cadeia alimentar do homem atual.

• Parasitismo: Nessa associação um ser vive dentro ou sobre outra criatura, retirando seus alimentos e/ou se beneficiando do que sua alimentação o trás de bom. Os parasitas não possuem a intensão de provocar mal para seu hospedeiro, sendo sua causa apenas a de sobreviver, mesmo que isso ferre com outro ser vivo.
Sabe aquelas pessoas que com quarenta anos ainda moram com a mãe? Então, é gente que não tomou consciência de tomar rumo independente na vida e mora com a mãe devido sua indolência. [A parte do parasita é o quarentão detonando a geladeira, etc...]

• Esclavagismo: Relação qual um ser aproveita das atividades, trabalhos e produtos de outros seres vivos.
Exemplos bem racionais são dos fazendeiros cultivando gado, suinos, bovinos, entre outros. Sua carne, lã, couro, leite e outras coisas beneficiam o ser que está tendo proveito dessas coisas [no caso, o criador do animal e os que obtem seus recursos].

• Competição: Competição entre indivíduos, de mesma espécie ou não. Ocorrem por diversas causas, dependendo das espécies em confronto.
Já devem saber que o ser humano também é competitivo, seja no mercado de trabalho, no meio esportivo, em chamar atenção, impressionar alguém ... Acho que deu pra compreender!

Achei legal estudar como os seres vivos se relacionam e notar que tem coisa parecida no nosso meio de nos relacionarmos.