Essa frase latina pode ser traduzida como "amor ao fado" (fado significado "aquilo que se considera destinado irrevogavelmente; destino; a ordem das coisas; fadário").
O que é amor fati? É amar o destino, o inevitável, o certo e errado, o justo e o injusto, ao amor e o desamor. É aceitar a vida como é, aceitando as coisas boas e ruins, sendo indiferente ao sofrimento.
Nietzsche descreveu como uma pessoa pode ser totalmente realizada é "Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo."
Ou seja, o amor ao fado nos ensina a aceitar o que a vida nos propõe e aceitar "numa boa", sendo indiferente em relação as preocupações e qualquer coisa dentro da condição da existência humana.
Em seu livro, A Gaia Ciência, existem duas referências à este pensamento:
"Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas: - assim me tornarei um daqueles que fazem belas as coisas."
"Amor fati (amor ao destino): seja este, doravante, o meu amor." Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja ‘desviar o olhar’! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia apenas alguém que diz sim."
Agostinho de Hipona descreve essa indiferença na perspectiva cristã, assim como escreveu em sua obra Cidade de Deus: "O nome "fati" (fado) nos faz fugir com horror, sobretudo por causa do vocábulo que ninguém se acostumou a entender o sentido verdadeiro."
Para o Santo Agostinho, era virtuoso o homem que aceitava o destino que Deus o propunha, assim como os demais seres.
Entretanto, o conceito de "amar" o fado é velho, remontando aos filósofos estóicos. Os que seguiam o pensamento da corrente do estoicismo também porpunham essa indiferença ao sofrimento e tudo aquilo que pro ser humano é acidental, como diz o ditado estóico "Guia quem consente e arrasta quem recusa."
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