segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Destino


Cada um tem seu destino, qual dele tem objetivos e metas para se cumprirem.

O que intriga tanto este fato na filosofia é o que rege o destino de cada um, das coisas em geral. As coisas acontecem ao acaso, sob própria vontade? Ou existe algo que ordene tudo? Essa é a eterna dualidade do livre arbítrio e a predestinação.

A predestinação é algo do tipo "o que será, será". O que for determinado pelo o que faz o destino (uma força maior, uma entidade suprema, coisas do gênero) acontecerá, e só nos resta aceitar, querendo ou não. Ao ser humano perante a predestinação, só lhe resta contemplar seu destino ou se revoltar inutilmente. Se opor contra o destino nesse caso é ser contrário à uma certa ordem natural.
Grandes apoiadores da predestinação se cituam no pilar religioso da filosofia, pelo fato da predestinação aceitar o fato de que algo maior faz o destino. Alguns desses pensadores são Santo Agostinho, João Calvino e diversos pensadores da antiguidade.
Classifico a predestinação em dois tipos (de acordo de como ela possa ser):

Predestinação parcial: Aquela qual existe na vida de cada um e sobre as coisas. Ela apenas delimita coisas mais importantes (ou seja, destinar coisas "pequenas" como o que você comeu no café da manhã se tornam totalmente ocasionais, ou seja, o que sofre a ação do destino que escolhe o que fazer). Restringe apenas coisas mais fundamentais na vida, como o meio qual nasceu, fatores importantes na vida da pessoa e circunstâncias da morte.
Predestinação absoluta: Nela, o que sofre a ação do destino nada pode fazer além de cumprir o destino que o foi preparado. O homem nada pode fazer na predestinação absoluta, além de calar a boca e fazer; se revoltar é inútil, adianta nada.

O livre-arbítrio propõe uma liberdade metafísica perante o destino, diferente do que é predestinado. O livre-arbítrio é tudo na base do acaso; tudo ocorre numa sequência de fatores que levam para um objetivo.
Frases de pensadores como os fundamentos da Thelema ("Faze o que tu queres será o todo da Lei" e "Amor é a lei, amor sob vontade") de Aleister Crowley, pensadores como Tomás de Aquino, David Hume e Thomas Hobbes são partidários do livre-arbítrio.

Existem três conceitos gregos interessantes sobre o destino e os fatores que levam até suas metas:

Ananque: Predestinação. Decisão e influência definitiva de uma força maior sobre o destino das coisas;
Tykhe: Acaso. Nada acontece num padrão já estabelecido como na predestinação, tudo acontece ao acaso, simplesmente acontece. Possui certa parcialidade com o que não pode ser evitado. É marcado também por conceituar a mudança no destino das coisas através das metas que se apresentam através dele;
Práxis: Prática. Nela, tudo na vida de alguém acontece diante das metas que se mostram em seu destino, escolhido por si mesmo.

Abaixo, a primeira parte de um episódio do Café Filosófico, da TV Cultura, tematizando o destino sobre a ação humana:

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