terça-feira, 31 de maio de 2011

Corpus aristotelicum

O Corpus aristotelicum ("corpo aristotélico" em latim) é o termo dado aos escritos atribuídos a Aristóteles. Autores da antiguidade mencionavam centenas de obras de autoria aristotélica, porém, muitas destas não chegaram até nós. Apenas quarenta e sete textos, sejam autênticos, autoria duvidosa, espúrios ou até fragmentos.
Os escritos de Aristóteles de Estagira são divididos em dois grupos:

Exotéricos: Escritos destinados ao público leigo, por isso, possuíam estrutura textual introdutória e geralmente feita por diálogos. Destas, apenas a Constituição de Atenas sobreviveu até chegar aos nossos tempos.
Acroamáticas: Obras destinas apenas aos discípulos do Liceu, e escritas em forma de tratados profundamente dissertados a respeito do assunto em tese. Praticamente quase todas as obras de Aristóteles que sobreviveram até nossos dias se enquadram nesta categoria.

[Entretanto, sabia que as obras exotéricas eram mais conhecidas até o século I? Foi somente em 50 a.C. que os escritos acroamáticos foram descobertos, organizados e publicados por Andrônico de Rodes, um peripatético. Ocorre uma reviravolta à partir daí: Aristóteles que era apenas "só um dos discípulos de Platão" passa então a ter grande destaque quanto ao reconhecimento, passando a rivalizar seu mestre, Platão. As obras acroamáticas obscureceram os textos exotéricos de forma que quase se perderam inteiramente.]

Aristóteles foi um dos filósofos cuja filosofia é uma das mais vastas e ricas entre toda história da filosofia. Escreveu sobre várias coisas, como ética, ciência, estética, lógica (o Organon), etc.

Algumas de suas obras que podem ser citadas são Ética a Nicômaco, Do Céu, Da Alma, Física, Categorias, Da Interpretação, Política, Constituição de Atenas, Poética, Metafísica, Retórica, entre outras.

domingo, 29 de maio de 2011

Bioética, a ética da ciência da vida

A bioética é a aplicação da conscientização ética dentro da medicina, cuidados da saúde, meio ambiente e demais ciências que trabalham com a vida e seus cuidados. O termo foi usado pela primeira vez em 1971 no livro "Bioética: Ponte para o futuro" de Van Rensselaer Potter.

Exemplos que podem ser citados onde a bioética entra nas ciências biológicas são nas pesquisas de células-tronco, o aborto, a eugênia, clonagem, transgênicos e a eutanásia.

A bioética é a aplicação da conscientização ética dentro da medicina, cuidados da saúde, meio ambiente e demais ciências que trabalham com a vida e seus cuidados. Grande responsabilidade moral é necessária, pois afinal, a bioética restringe o certo e o errado (igual a ética filosófica) dentro das ciências que trabalham com o estudo da vida. Por isso responsabilidade é um fundamento essencial para a bioética, pois quem deve aplicá-la está trabalhando com a vida, uma coisa muito séria.

Para fundamentar às bases da bioética são notados traços de humanismo e na valorização da vida, e também a influência moral que preceitos jurídicos e religiosos implicam nos baluartes dos fundamentos da ética médica. Por isso questões como o aborto e clonagem são cuidadosamente decididas quanto sua eficiência, e outras, como a criação de transgênicos e uso de células-tronco são motivos de polêmicas e discussão. Assim como o transplante de órgãos um dia já foi tabu e muito discutível, questões bioéticas também são, e podem um dia ser para nós aceitáveis.

"A vida de um indivíduo só faz sentido se ajuda a tornar a vida das demais criaturas mais nobres e mais bela." - Albert Einstein

sábado, 28 de maio de 2011

Falácia

Falácia é um argumento lógico inválido, falho, sem fundamento ou eficácia concreta. É uma eloquência que faz-se crer naquilo que não é, aparente e sem nenhum alicerce.  

Falácia é a idoneidade fazendo crer que é aquilo que não é, mediante alguma visão fantástica, ou seja, aparência sem existência.” - Pedro Hispano

São argumentos dados que tentam mostrar validez, mas apresentam erro racional, expresso por um dizer inconsciente. A falácia faz nada mais do que mascarar a verdade, intencionalmente ou acidentalmente, mas a ocultando. A interpretação da falácia requer um pouco de atenção, pois é muito fácil acreditar em algo dito à primeira impressão, mas a falácia deve-se ser interpretada e considerar seu sarcasmo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Reconhecimento da beleza

A estética possui essa intenção, determinar o que nos faz achar algo belo ou feio. Essa questão, a de beleza e fealdade, tem duas respostas dualísticas: A de que exista uma condição universal de ambas ou seu julgamento é subjetivo.

A primeira alternativa tem Platão como um exemplo de adepto. Prova disso é a fórmula matemática que ele  chamou de seção áurea (ou proporção áurea), que consiste em dividir um espaço em dois segmentos. A seção áurea ocorre quando a proporção do segmento menor e do maior coincidir com a do segmento maior em relação ao todo (aproximadamente dois terços da largura).

Um defensor da segunda alternativa é Kant, que afirmava que era impossível estabelecer normas teóricas para a determinação do que é belo. A beleza então para ele não poderia ser predita por regras, e sim pelo agrado que causa ao admirador.

Analisando Kant é verdade. A beleza é vista com base no que o indivíduo interpreta, porém, o mesmo possui influência de alguma norma que predita para ele o que é belo, que é a norma cultural. Essa quase lei que a pessoa acaba por receber do meio social não se torna uma proporção universal, por ser relativa.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Poliarquia na tolerância social

A teoria política da poliarquia foi elaborada pelo cientista político Robert Dahl, como ferramenta de estudo da influência da democracia em países onde a mesma é adotada.

Como sabemos a sociedade possuem diversos grupos, sejam eles divididos por condição financeira, religiosa, étnica, de gênero, entre outras demais.

A coexistência harmoniosa desses grupos deve garantir sua presença na sociedade, seus direitos e zelar pela suas garantias constitucionais.
[É aquela velha lição de moral de "respeitar a religião dos outros, opção sexual, time de futebol, etc".]

Os cidadãos possuem uma série de direitos, e é responsabilidade do Estado prover garantia política de sujeição à contestação e oposição dentro do que a lei limita. Isto é, o governo poliárquico deve visar um diplomacia entre os grupos sociais, equilibrando a ação de seus interesses e fazendo leis que os igualem perante o Estado.

De modo geral, o governo poliárquico deve mantém a paz entre as demais diferenças, evitando conflitos e oferencendo a igualdade para se contentarem, não privilegiando nenhuma com regálias.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A contradição dos paradoxos

Paradoxo é uma idéia contraditória aquela que é comum. Num paradoxo se é presente uma idéia ou fato e, ao mesmo tempo, sua contradição.

É uma contradição lógica, um jogo de sentidos e um incentivo ao estímulo do raciocínio alheio.

Tome como exemplo o famoso paradoxo da exceção, aquele que diz que "toda regra tem uma exceção". Logicamente isso já é uma regra, então ela também está sujeita à exceções, e se ela tem exceção, é porque há regras sem exceção.

Um exemplo agora científico é o paradoxo de Langevin (dos gêmeos), proposto por Albert Einstein. Em seu enunciado existem dois gêmeos: O primeiro está viajando numa nave espacial, numa velocidade próxima da velocidade da luz; e o segundo gêmeo permanece na Terra. Para o segundo, a nave se movimenta, e pode afirmar que o tempo está passando mais lentamente para seu irmão na nave. Em contrapartida, o primeiro gêmero vê a Terra se afastar, afirmando também que o tempo passa devagar para seu irmão. Quando os dois se reverem, qual deles estará mais jovem?
[Para entender o paradoxo deve-se ter um mínimo de conhecimento da relatividade de Einstein!]

Outro exemplo de paradoxo, porém infantil, é o do gato e o pão com manteiga. Segundo o que ele apresenta, os gatos sempre caem para cima, e uma fatia de pão com manteiga cai sempre do lado barrado para baixo. O paradoxo surge na proposta do que aconteceria se ambos fossem amarrados e jogados de uma altura considerável. Seguindo a lógica do paradoxo, o gato e a fatia de pão não poderiam cair.

As preposições apresentadas pelos paradoxos é um "pensamento circular", isto é, questionar a questão inicial dele leva sempre às mesmas dúvidas que uma hora o levaram para a questão inicial novamente, e assim se segue.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Conhece-te a ti mesmo e o autoconhecimento

O aforismo nosce te ipsum (que em latim significa "conhece-te a ti mesmo") tem origem duvidosa. É antiga, contemporânea aos pré-socráticos, entretanto, é a chave da maiêutica de Sócrates.
[A maiêutica é um elemento do método socrático, que nada mais é do que fazer perguntas e mais perguntas, com a intenção de se chegar por indução ao entendimento.]

Essa frase possui várias interpretações, todas relacionadas com o autoconhecimento, isto é, o conhecimento de si. O indivíduo conhecer melhor a ele mesmo faz ele ter controle melhor sobre si mesmo, reconhecer mais claramente seus defeitos e limitações; sendo que se bem obtido, esse controle pessoal provoca uma política mais desenvolvida do indivíduo para consigo mesmo.

O autoconhecimento é proveniente da percepção do erro, do defeito, da falha. Com alguma refletição se torna imediato, não necessitando de um processo epistemológico para conhecer à si próprio, apenas de observação e pensamento abstrato. A tendência inefável do ser humano o impede de chegar à obter tal ciência dele mesmo, pois precisa de um mínimo de estruturação filosófica e modéstia para se ter o mesmo.

Um dos objetivos primários da filosofia é fazer a pessoa se reconhecer, ter consciência do que ela é e razões profundas dela, normativas e existenciais. A filosofia já visa o autoconhecimento, uma parte individual e escalrecedora dentro daquele que pensa.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Muro

O muro é uma metáfora para o impacto que a alienação e tentativas inusitadas das pessoas preencherem seu vazio existencial causam na formação de valores e visão de mundo do indivíduo.

Sabe o mito da caverna? É o mesmo conceito, só que ilustrado de forma diferente. Dentro do muro está o que a pessoa vê, suas convicções, crenças e idealizações; o que ele aceita do mundo e da sociedade misturada com suas idéias originais. Além do muro, está o mundo como ele é, como ele é; separado e indistinguível do que achamos dele.

Outro aforismo do muro envolvendo alienação é a de transformar as pessoas em “mais um tijolo no muro”. Isso que dizer que a lavagem cerebral imperceptível pela sociedade acaba ditando às pessoas, as tornando escravas dos princípios dos alienadores.

O ópera-rock Pink Floyd The Wall, de 1982, mostra de forma exemplificada como a noção de identidade e alienação acaba por angustiar quem percebe isso. A primeira parte do filme está abaixo, legendado: [Recomendo também baixar o disco The Wall do Pink Floyd, CD que deu inspiração ao filme!]

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O monstro da fama

"O homem que busca a fama, a riqueza e casos amorosos é como uma criança que lambe o mel na lâmina de uma faca... É como um tolo que carrega uma tocha contra um vento forte, corre o risco de ter o rosto e as mãos queimados." - Buda

Celebridades são pessoas reconhecidas amplamente pela sociedade. Delas é requisitada a fama,um status de reconhecimento público. A fama é uma coisa que trás tudo o que o mundo pode oferecer de "bom" para um ser humano, fortuna, luxo, notoriedade, regálias e fãs são alguns exemplos.

A posição de famosa acaba jogando na personalidade da pessoa muitas coisas para deformá-la, como a riqueza e admiradores o celebrando. A fama cria na pessoa o monstro do ego, ganância e luxúria.
Seu orgulho faz sua necessidade ser saciada, dando valor à isso como se fosse um pedido nobre ou divino. A ganância vem dos mimos e mordomias de ser famoso, qual o indivíduo de cabeça fraca acaba por valorizar a opulência e, mesmo sempre tendo o que quer, nunca está satisfeito. A luxúria se encaixa não em sexo (não apenas!), mas no contexto da admissão das paixões pulsantes, os vícios e prazeres vazios e de satisfação nunca concretizada.

A vontade de ser famoso também é importante, o que justifica a disposição de muitas pessoas que se dispõem à serem famosas, mesmo que por pouco tempo; apesar desse tipo de fama ser sempre insignificante. Fama é fácil de se ter, basta muitas pessoas saberem que você existe e fãs idólatras. O sucesso é coisa que poucos famosos têm.

"Lute pelo sucesso e não pela fama. Se a fama vier, dê pouca importância a ela." - Augusto Cury

Sucesso é, em relação a fama, um mérito honroso. Os famosos que a conseguem, sejam artistas, músicos, desportistas obtem ela pela digna carreira merecedora de ser memorável. Outro motivo de se conseguir sucesso na fama é, por incrivel que pareça, uma tragédia memorável na vida do famoso, normalmente relacionada com a infâmia, que será falada sobre adiante.

O desejo pela fama se torna tão grande ao ponto da celebridade (ou subcelebridade) cometer atos infames, o garantindo uma má fama, uma infâmia. Cair no esquecimento faz parte da condição humana, e um atributo dela que os infames famosos devem ter mais dificuldade para conviver.

Augusto Cury, psiquiatra e escritor brasileiro, escreveu em Você é Insubstituível:
"Os famosos tentaram seduzir a felicidade. Ofereceram em troca dela os aplausos, os autógrafos, o assédio da TV. Mas ela golpeou-os, dizendo: "Escondo-me no cerne das coisas simples!" Rejeitando o seu recado, muitos não trabalharam bem a fama. Perderam a singeleza da vida, se angustiaram e viveram a pior solidão: sentir-se só no meio da multidão."

Mulheres na filosofia

A participação das mulheres na história da filosofia foi bem limitado. O conhecimento esclarecedor é muito visto como prerrogativa do homem, pela mulher ser julgada como um ser mais emocional que o homem, este por sua vez sendo mais racional.

Essa restrição é provocada pelo modelo patriarcal adotado pelos ocidentais desde a antiguidade. Essa herança machista que seguiu com os séculos rebaixa a mulher na sociedade, limitando-a de certas funções.

Na filosofia isso não foi exceção! Pensem bem... As mulheres, bem analisadas, são generalizadamente mais emocionais, e a emoção limita o senso filosófico. Esse conceito cria a idéia de que a mulher, ao menos em maioria, não possuem capacidade para serem filósofas, pois o lado sentimental delas é mais forte que o emocional, tendo o homem filósofo facilidade para equilibrá-los ou de ser mais racional.

Entretanto existem mulheres na filosofia, e algumas até mesmo melhores filósofas do que muitos pensadores homens. Temos como exemplo de mulheres na filosofia , como Theano (a esposa de Pitágoras), Melissa, Temistocléia, Aristocleia, Aspásia, Hipátia, Hannah Arendt, Simone Weil e Edith Stein.

Pensadores homens como Aristóteles e Hegel diziam que a mulher e a filosofia não caminham juntas. Já outros, como Platão e Tomás de Aquino, eram adeptos da capacidade da mulher de ser filósofa.

Em baixo, um vídeo sobre algumas citações de pensadores em respeito às mulheres:

terça-feira, 17 de maio de 2011

Culto à Orfeu

O orfismo foi um modelo de pensamento do mundo grego antigo, inspirado no exemplo e mito de Orfeu, ícone e referencial desse modelo de pensamento. Foi uma religião, porém, repleta de filosofia.

Era diferente da religião popular grega, o politeísmo deles, qual conhecemos suas crenças através da mitologia grega. Embora diferente ideologicamente e em ritualística, acreditava nos mesmos deuses.
Possuiu influência na filosofia grega, tanto que Eurípedes, Heródoto, Aristófanes, Platão e Aristóteles deixaram escritos dissertando sobre o movimento órfico. [Inclusive a tese da encarnação elaborada por Platão é inspirada na órfica.]

Defendia a imortalidade espiritual e uma eterna felicidade pós-vida, porém, somente depois de uma série de reencarnações, um círculo penoso qual os humanos são presos até obterem esclarecimento (semelhante ao pensamento de religiões orientais).

A concepção da alma humana para os gregos se inspirava na de Homero, qual após a morte a existência perdia seu valor, se perdendo no Hades (praticamente uma extinção total do ser). Para o orfismo ela é a essência da existência, e não a vida terrena.

O reconhecimento dessa verdade e a vida ascética fazia o homem quebrar o ciclo penoso das reencarnações, dando tranquilidade ao espírito.
 
Ascese, a renúncia de prazeres e necessidades supérfluas, foi fundamental para a ética órfica. O desapego aos desejos profano a pessoa enxergar os enganos e problemas da vida, a fazendo trilhar uma vida digna de eterno repouso.
 
Características da alma humana para o orfismo:
• No homem há um princípio divino, uma alma que caiu em um corpo para corrigir uma imperfeição.
• Essa alma não só preexiste ao corpo como também sobrevive a ele, estando destinada a reencarnar em corpos sucessivos até que consiga depurar-se das imperfeições e dos erros que a fazem voltar ao mundo.
• Com suas práticas e ritos simbólicos, o orfismo buscava despertar no homem a compreensão destas verdades, ajudando-o a tomar consciência do que e quem ele é, e motivando-o a tomar ânimo para ter o total controle de sua vida, aperfeiçoando-se e pondo fim ao ciclo das reencarnações (temos aqui, de alguma forma, um eco dos ensinos budistas).

Acreditava que a essência humana era divida, de modo geral, dando a mensagem que somos deuses e devemos voltar à estar entre os mesmos.

domingo, 15 de maio de 2011

O Iluminismo

O iluminismo é um movimento filosófico e intelectual (além de econômico, social e político) contemporâneo ao auge do absolutismo, entre os intervalos de tempo dos séculos XVII e XVIII.

Caracteriza-se por pregar o uso da razão como libertadora e consultável para se construir um mundo melhor. Defendia ideais de liberdades pessoais, igualdade, fraternidade. A política e economia também foram atacadas, pois defendiam a democracia e modelos de economia mais adequadas para uma comunidade racional (a fisiocracia e o liberalismo, as duas correntes econômicas desenvolvidas pelos iluministas).
[Sendo então o absolutismo e o mercantilismo criticados e questionados, até por fim caírem!]

Acreditavam em leis naturais que regiam a natureza humana (seja comportamental ou social) e a natureza em si. O pensamento filosófico era visto como ferramenta para o esclarecimento do ser, isto é, refletir, questionar e afins.

Teve, de certo modo, um pensamento também deísta, crendo num deus criador do universo, um perfeito regente existencial que governa sobre leis eternas. Caberia então ao ser humano desvendar tais leis.
[Descartes, um percussor iluminista, é um exemplo de adepto deste preceito, acreditando que não houve mais interferência divina após a criação do universo.]

Uma característica também do iluminismo foram os chamados déspotas esclarecidos, monarcas que eram adeptos da política absolutista mas ao mesmo tempo possuiam princípios iluministas ou possuiam assessores que mantinham estas idéias.

O iluminismo teve percussores pensadores como René Descartes, Bento de Espinoza e Isaac Newton. Futuramente seguiu com personalidades como Hume, Adam Smith, Quesnay, Gournay, Turgot, Lessing, Mendelssohn, Diderot, D'Alembert, Kant, Locke, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, Rousseau, Marquês de Pombal, Edward Gibbon, Montesquieu e Benjamin Constant.

Acontecimentos históricos tiveram influência iluminista, como a Revolução Gloriosa na Inglaterra e na instauração dos Estados Unidos como país independente. O iluminismo deve ter chegado ao seu ápice na Revolução Francesa, que com ela caiu o Antigo Regime e a política, economia e sociedade começou à possuir a identidade que tem ainda em nossos dias.

Lei de Murphy e a questão do erro

A Lei de Murphy é bem popular, conhecida lei de azar. Edward A. Murphy, seu idealizador, afirmava que "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la" ou apenas "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará". Ambas se traduzem em dizer que "Se algo pode dar errado, dará".

Com ela aprendemos como as coisas são imperfeitas, a realidade do erro. Se algo tem alguma chance de errar, esta é falha, pois sua eficiência é finita.

"Se uma coisa pode dar errado, invariavelmente dará errado."

Um aparelho eletrônico pode falhar numa hora que você precise dele, assim por exemplo como um orador um dia pode gaguejar ou "dar branco" enquanto fala em público.

Uma coisa que devemos sempre fazer é nunca criar expectativas, porque o erro perssegue, à espera de uma brexa dada para aparecer e aplicar sua causalidade de imperfeição.

Não importa o grau ou nível de irregularidade ou se chegará à ocorrer tal lapso, apenas tenha consciência de que a imperfeição é presente.

"A verdade surge mais facilmente do erro do que da confusão." - Francis Bacon

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A Pena do Talião

Uma lei de talião consiste numa reciprocidade entre crime e pena, sendo a retaliação o ato de impor esse tipo de pena. O talião é, entretanto, uma lei do gênero olho por olho, dente por dente. É um dos padrões de leis mais antigas da humanidade.

Historicamente falando, um dos primeiros indícios de lei de talião surgiu na Babilônia, com o Código de Hamurabi (sendo este também o código de leis mais antigo da humanidade), por volta de 1780 a.C. Consiste em numerosas penas para diversos tipos de delitos, que agiam de acordo com o princípio de "pagar com a mesma moeda".
Às penas procuram ao máximo serem semelhantes ao delito cometido, embora pudesse variar de acordo com a posição social e econômica da vítima e do infrator.
Alguns artigos do Código de Hamurabi:
• Art. 200: Se um homem arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele, arrancarão o seu dente.
• Art. 201: Se ele arrancou o dente de um homem vulgar, pagará um terço de uma mina de prata. [Mina é uma unidade de peso que os babilônicos usavam.]
• Art. 202: Se um homem agrediu a face de um outro homem que lhe é superior, será golpeado sessenta vezes diante da assembléia com um chicote de couro de boi.
• Art. 229: Se um pedreiro edificou uma casa para um homem, mas não a fortificou e a casa caiu e matou o seu dono, esse pedreiro será morto.
• Art. 230: Se causou a morte do filho do dono da casa, matarão o filho desse pedreiro.
• Art. 231: Se causou a morte do escravo do dono da casa, ele dará ao dono da casa um escravo equivalente.
• Art. 232: Se causou a perda de bens móveis, compensará tudo que fez perder. Além disso, porque não fortificou a casa que construiu e ela caiu, deverá reconstruir a casa que caiu com seus próprios recursos.

Até mesmo o Velho Testamento é um adepto dessa forma de lei, na lei de Moisés em Êxodo 21:23-25 [caso fique curioso, leia o capítulo inteiro ou até procure mais forma de talião no pentateuco!]

O talião é uma forma forma de justiça bem aceita por alguns, considerada como justa e eficaz. O "aqui se faz, aqui se paga" pode ser interpretado como uma forma de justiça natural, seguindo o princípio de causa e consequência.

"Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazer." - Tácito

Podemos considerar o talião até mesmo como uma coisa moral, afinal, possuímos uma pulsão natural que segue esse sistema de comportamento: A vingança. É um sentimento comum em nós, sendo alimentado por nossa fúria e consciência de status social. É lesiva, e visa prejudicar um infrator de forma igual, o forçando a passar pelo o que passou e/ou garantir que nunca mais este repita a ação.
Quando alguém faz uma coisa errada para com o próximo, isto é, "pisa na bola"; aos olhos do outro ela foi moralmente "criminosa". O que o mundo prega para o injustiçado é cobrar da pessoa que ela nunca mais faça isso, fazendo justiça com às próprias mãos.

Algumas pessoas preferem deixar a própria Justiça como executora da justiça e deixar o tempo resolver suas injustiças, outras se levam pela fúria e sua insensata noção de justiça e se consideram no direito de executarem tão retaliação.

"As forças da natureza fazem todo o trabalho, mas devido à ilusão uma pessoa ignorante supõe-se a si mesma como executora." - Bhagvad Gita

[Em particular, vejo que se justiça deve ser feita, justiça será feita. O delito que alguém esta mesma pessoa pagará pelo o que fez, e a frase que botei acima reforça meu ponto de vista.]

Ilógicas superstições

[Como hoje é sexta-feira 13, falarei à respeito de superstições, afinal, hoje é o dia delas!]

Superstição é uma crença de relações entre causa e efeito sem fundamento lógico. É um elemento presente em qualquer folclore, fazendo parte de suas tradições e até costumes. A superstição então é uma convicção irracional de consequências sem nexo e sem nenhuma lógica.

Superstição é pretexto para a ignorância, pois o supersticioso é aquele que acredita numa coisa sem fazer o mínimo esforço de pensar. Inspiram-se em misticismo e tradições populares, ambas obviamente sem fundamentos claros e com algum sentido.

"A superstição é a religião que a astrologia é a astronomia, a filha louca de uma mãe sábia." - Voltaire

Feitiços e rituais, simpatias para trazer o amor e fortuna, amuletos da sorte e prosperidade e crer em coisas sem nenhum nexo (tipo gato preto e passar debaixo de uma escada dar azar) são superstições, isto é, um credo sem nenhuma explicação racional.

A ciência é o grande antídoto para o veneno do entusiasmo e da superstição.” – Adam Smith

A raíz de toda superstição é cultural ou histórica, remontando crendices ancestrais qual ainda persistem hoje ou que sofreram alguma alteração, ou ainda, questões cultural que acabou caindo no credo popular até a atualidade.

Sensibilidade artística

"O mais alto objetivo da arte é o que é comum à religião e à filosofia. Tal como estas, é um modo de expressão do divino, das necessidades e exigências mais elevadas do espírito."- Hegel

A expressão humana se encontra em geral na arte; e um dom natural humano para com a arte é uma refinada sensibilidade para a estética, emoções, idéias e expressão.

O significado que a obra ganha é algo relativo ao que o artista deseja expressar, porém, arte é uma coisa muito perfeccionista. A arte tende a seguir uma perfeita simetria, tonalidade e/ou foco, mesmo que a noção de simetria, tom e foco se tornem condicionais. Tudo na arte deve estar bem delineado, em perfeita sintonia e harmonia, obtendo um perfeito equilíbrio e atenção aos detalhes de formas e expressões.

"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." - Auguste Rodin

A beleza é presente na arte, mesmo que a concepção de beleza seja individual, caracterizado pelo o que é agradável de se notar. Esse significado particular para o que é belo provêm da concepção cognitiva individual de quem observa, embora questões culturais possam influenciar nessa formação.

Leonardo Da Vinci escreveu em Tratado da Pintura, além de uma relevante introdução ao desenho e a pintura, um levantamento de questões filosóficas e teóricas acerca da arte. Considerou a pintura como a mais bela arte, por permitir possibilidades de expressão variadas e práticas.

Metafilosofia

A metafilosofia consiste em filosofar sobre a própria filosofia, isto é, filosofia da própria filosofia.

Um significado para a filosofia é algo até meio que trabalhoso, suas definições e objetivos são simples porém, diversificados. A metafilosofia faz justamente isto, definir o que é a filosofia, predizendo suas funções, limitações, observações, etc.

Segundo Heidegger em "Ser e Tempo", a filosofia que se baseia na experiência ôntica da razão e entendimento ontológico, um conhecimento da realidade baseado na interpretação. O problema controverso da metafilosofia consiste num da própria filosofia, a interpretação de mundo divergente entre os filósofos e pensadores, havendo dificuldade num consenso claro. O que é válido para um não é para outro; conceitos de realidade se tornam relativos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Papel da família

[Postagem em homenagem ao dia das mães, que está sendo postada atrasada!]
É uma união básica na sociedade, formada por indivíduos ligados pelo sangue, ligações afetivas ou excepcionalmente adotados (ou qualquer forma de afetividade por apego).

Nossa parte na família é basicamente nossos pais (e respectivamente irmãos, filhos, etc), seguindo das outras pessoas que acabamos tendo graus de parentesco (tios, primos, irmãos, avós, bisavós, etc). Alguém pode ser considerado parente também no caso por exemplo da adoção (você ter um filho adotivo ou você mesmo ser adotivo), qual neste, uma pessoa que não possui ligação sanguínea com sua família adentra nela como se fosse de sangue. Também há por afinidade, que é quando temos muita consideração por alguém fora da família que ela acaba como se fosse parte dela, ou que tenha uma grande ligação com algum parente (como ocorre no caso de meio-irmãos, cunhados, entiados, cônjuges, etc).

Resumindo o parágrafo acima, a categorização familia se divide nos parentescos por consanguinidade e afinidade (qual se encaixa a adoção e os por vínculos sociais, sobretudo o casamento).

"A família é a mais antiga de todas as comunidades e a única natural." - Rousseau

O valor social que a família possui para cada indivíduo é do grupo base qual sempre pertenceremos, qual realmente seremos sempre membros e qual sempre podemos recorrer. Pela família viemos ao mundo, pois compatilhamos com nossos parentes ancestrais em comum (ao menos no caso das famílias consanguíneas).

Ela nos cria e nos supre com nossas necessidades até quando estivermos prontos para enfrentar o mundo por conta própria, valendo resaltar que a educação e aculturamento familiar são um dos mais importantes para a construção da personalidade de cada um.

"Observa o teu culto a família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisarás castigar os homens." - Pitágoras

domingo, 8 de maio de 2011

Educação e o ser social

"A educação, se bem compreendida, é a chave do progresso moral." - Allan Kardec

Desde que vimos ao mundo, somos introduzidos com uma carga moral e ideológica, além de vivências que nos passam certas experiências, formando assim nossa personalidade.

"O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele." - Immanuel Kant

Somos introduzidos ao mundo basicamente por nossa família, o primeiro meio social ao qual nos integramos. Em seguida vem a escola, e depois outros lugares onde frequentamos e nos interagimos (um clube, trabalho, etc).

A educação cumpre a função de nada mais que construir a visão de mundo do indivíduo, construindo assim sua personalidade em geral (além das noções inatas, que não vem ao caso). Nossa ética-moral, limites e convicções são feitas pelo o que a educação nos fornece; seja por meio do processo de ser educado diretamente, pela integração social, pela vivência.

Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu, existem duas formas de socialização:

• A primária, que consiste na educação familiar. Nela recebos uma introdução do mundo e valores;
• E a secundária, a escolar. Nela aprendemos a viver em sociedade e o necessário para sobreviver nela.

Entretanto, hoje em dia as socializações secundárias parecem ser mais influentes, principalmente nos períodos da infância e adolescência. Esse fato envolve pessoas que tiveram uma fraca educação familiar, e são influenciadas pelas outras formas de socialização (os amigos e o mundo em geral), qual o indivídio se sente na necessidade de ser aceito pela sociedade, acabando por isso adotando os valores que lhe é apresentado. [Por isso vivo numa chamada "Geração Perdida".]

O vídeo do Café Filosófico abaixo fala sobre a educação nos dias de hoje, confira:

Cogito e as nossas percepções de mundo

Em "Meditações" (publicada em 1641), René Descartes escreve sobre a desconfiança nas percepções que nossos sentidos nos proporcionam.

Na biologia, esses sentidos são cinco: Tato, audição, paladar, visão e oufato. Através dessas cinco habilidades nós podemos perceber o mundo.
• Tato: Com ele nós sentimos às emissões físicas das coisas e as que nos proporcionam (calor, frio, dor, prazer, liso, áspero, etc);
• Audição: Percebemos o mundo através dos sons (barulhento, quieto, estrondoso, etc);
• Visão: Captamos o mundo através de suas imagens, vendo como as coisas são (claro, escuro, colorido, etc);
• Olfato: Notamos o mundo pelos cheiros (agradável, desagradável, etc);
• Paladar: Sentimos os sabores (doce, salgado, amargo, azedo, etc).

Entretanto, em Meditações, Descartes nos passa que devamos desconfiar das percepções que nossos sentidos nos dão do mundo. Mesmo que realistas, ele pensou que estas podem ser apenas alucinações, sonhos,estar doente ou até mergulhando na loucura.
[Exemplo científico podemos dar no caso da visão, com a teoria das cores de Isaac Newton. Nela, o espectro de cores que vemos nada mais são do que uma ilusão de óptica criadas pela luz.]

A conclusão tomada por Descartes foi de que o pensamento é a nossa perceptora da realidade mais confiável, o chamado cogito, nossa capacidade de pensar.

Esse agente enganador que cria essas ilusões que fazem que percebamos o mundo limitadamente foi chamado pelo próprio René Descartes de gênio maligno.

Ainda que nossa capacidade de pensar possa ser "tapeada", ainda assim pensariamos, que duvida, pensa, imagina, fantasia e se engana. Mesmo nossas concepções sendo falsas ou não totalmente verdadeiras, o cogito é verdadeiro.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Conceito de Utopia



Os filósofos que por séculos refletiam sobre questões sociais. Expressavam em seus textos, de acordo com o ponto de vista deles, um modelo de sociedade que consideravam como perfeita.

Uma utopia se traduz numa dita sociedade ideal, embora existente apenas no imaginário, ou uma idéia generosa, porém, impossível de se praticar.

Os diálogos Timeu e Crítias de Platão fazem referência à Atlântida (o segundo principalmente), uma civilização utópica bem elogiada pelo filósofo.
Um exemplo bem conhecido e menos antigo que os dois diálogos anteriormente citados é o livro Utopia, do inglês Thomas Morus (ou More). [Sendo que o título do livro deu origem ao termo "utopia".]

Morus descreve uma sociedade perfeita, onde a tolerância e fundamentos racionais imperam; e a cobiça e o desejo pelo poder são despresíveis.
A República de Platão inspirou o modelo de comunidade ideal que Morus desenvolveu na Utopia.

O livro se divide em duas partes: A primeira parte do livro é uma crítica social à Inglaterra da época que vivia o autor. A segunda é, em contrapartida, apresenta uma sociedade alternativa. O protagonista da obra em geral é Rafael Hitlodeu (alterego de More), e narra sua viagem a sociedade que viu.
[A Inglaterra de seu tempo, como deu para notar, era infestada de marginais e uma justiça incompetente, a nobreza ávida de riqueza material, cobiçosa e violenta, além da perseguição religiosa (referência a Reforma Protestante e a perseguição anglicana aos puritanos). Na civilização de Utopia, essa realidade é invertida.]

A leitura desse fascinante livro revela uma apurada crítica à ordem social e a sociedade em si. Enfoca um tipo de "Paraíso na Terra", tendo o leitor de fazer uma análise textual para entender e comparar críticas e denúncias da vigente sociedade.

Algumas características da utopia de More:
• Todos vivem sobre a mesma qualidade de vida e exercem a mesma tarefa na sociedade, distribuídas entre eles e alternando os cargos por rodízio;
• A igualdade é assegurada por uma monarquia constitucional que funciona sobre o apoio de um Conselho cujo cada representante foi escolhido por um conjunto de trinta famílias, podendo estas famílias sendo consultadas sempre quando necessário;
• Não há fome, a repartição de alimentos é igualitária e comunitária. Não há necessidade de uma economia, por tudo está em profusão, isto é, a vida é simples e sem opulência;
• Há trabalho para todos, sem exceção.
[Embora apresentando uma sociedade harmoniosa e igualitária, a Utopia defende tendências intelectuais do tempo de More, por exemplo o absolutismo.]

Para a esquerda política, a desigualdade e problemas na sociedade são um problema social, ou seja, a utopia é possível (difícil de se realizar, porém, não impossível). Para a direita política, esses problemas são de origem do próprio ser humano, assim alegando que uma utopia é impossível de se realizar.

Os ideais de uma sociedade perfeita acabaram influenciando mais tarde o chamado socialismo utópico.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Despotismo esclarecido

Os déspotas esclarecidos foram governantes absolutistas no período da segunda metade do século XVIII, que embora tivessem governo absolutista, esses compartilharam com seus reinados ideais iluministas (como o progresso, filantropia, liberdade individual, etc).

Estados recentemente instaurados ("recentemente" na concepção da época), de economia primordialmente agrícola e onde a burguesia era fraca e a aristocracia tinha pouco poder foram locais onde o despotismo esclarecido deixou marcas.
Esses fatores geraram a necessidade do monarca dominar alguns saberes úteis na tomada de decisões político-administrativas. O monarca então devia possuir princípios iluministas ou, pelo menos, ser assessorado por ministros que conhecessem tais ideais (como foi o caso do despotismo esclarecido em Portugal).
Principais déspotas esclarecidos que a Europa teve experiência:
• Catarina II na Rússia;
• Frederico II na Prússia;
• Gustavo III na Suécia;
• José II e Leopoldo II no Sacro Imperador Romano-Germânico;
• Maria Teresa da Áustria;
• Carlos III na Espanha;
• José I e seu consultor, Marquês de Pombal, em Portugal;
• Frederico VI na Dinamarca;
• Luís XIV e Napoleão I na França.

[Caso tenha curiosidade, procure saber sobre o governo de algum dos déspotas de seu interesse. Verá como o iluminismo teve influência em seus governos.]

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Entendendo o sobrenatural

Quando falamos no sobrenatural, o primeiro pensamento de muitos é ligado automaticamente com fantasmas, misticismo e coisas do gênero. Dentro de uma explicação racional podemos o associar à qualquer força que transcende o natural, ou apenas aquilo que está além do entendimento científico e lógico de causa e efeito.

Às pessoas costumam usar o termo paranormal como sinônimo para sobrenatural, entretanto existe uma diferença. A paranormalidade é aquilo paralelo aquilo que é casual e de compreensão clara, já o sobrenatural é aquilo além do entendimento e de explicações.
Aquilo que está além da natureza, além da ciência e da filosofia, sob o entendimento racional é denominado sobrenatural.
[O anormal não se encaixa nesse contexto, por ser nada mais do que aquilo fora do idealizado, uma coisa fora do esperado.]

É pressuposto pela existência do sobrenatural uma realidade além da física, como por exemplo o conceito de mundo/plano/dimensão espiritual. Tudo que está visto como por acima da natureza ou não há explicação racional é imediatamente categorizado no sobrenatural.

Muitas coisas que, para nós hoje é ciência, um dia já foram consideradas sobrenatural (como explicações de fenômenos da natureza, por exemplo). Natural e sobrenatural são status instáveis, sendo que algo quando possui explicação de efeito e causa acaba virando natural. [Pois não haverá mais necessidade de ser sobrenatural, afinal, se torna parte mundo natural.]

Crenças no sobrenatural podem ser explicadas por influência religiosa no imaginário humano, estas sendo imparcialmente vistas como suposições do sobrenatural.

Questões do sobrenatural podem ser estudadas pela filosofia, como o que é a divindade, a alma, a natureza do ser, o existir e qualquer questão metafísica que envolva o transcendental de entendimento de causa.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O que é o subdesenvolvimento?

É uma consequência do capitalismo, em alguns países chegando à serem subdesenvolvidos por culpa de etapas anteriores da influência capitalista (a de quando eram colônias, como o caso de países aqui na América, na Ásia e África). Países subdesenvolvidos são divididos em industrializados e não-industrializados, e ambos possuem baixa renda per capita.

Devido isso, problemas como miséria e falta de recursos para melhoria de qualidade de vida são questões para se levar em conta da condição dessas nações.
Ausência de recursos para a indústria nacional, as multinacionais ganham espaço nesses lugares, acabando gerando dependência tecnológica e econômica delas (sendo que elas podem até mesmo possuir influência cultural, por parte da alienação). A dívida externa também ocorre, devido à necessidade de auxílio externo.
Os baixos recursos influenciam basicamente a educação, que acaba influenciando o setor de saúde pública, analfabetismo (em alguns casos apenas o funcional); proporcionando péssimas condições de vida.
Más qualidades de vida podem [e ocasionam!] violência, o crime.

O poder e boas condições de vida ficam numa classe dominante, elite que compõe pequena parcela da sociedade. O poder somado com a riqueza de homens de controle naquele lugar os seduzem para a corrupção generalizada.

Lugares cujo a marca do subdesenvolvimento é presente, há uma grande concentração de renda e desigualdade social.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os pré-socráticos

Os filósofos pré-socráticos, isto é, antecessores de Sócrates, foram filósofos da Grécia Antiga que antecederam ao padrão de pensar que a filosofia seguiria a partir de Sócrates (apesar de alguns contemporâneos socráticos serem considerados nessa linha de pensadores antes dele, assim como os sofistas).

São caraterizados pela sua notória filosofia natural, tendo foco no escopo especulativo aos problemas cosmológicos e ontológicos, buscando entender também o arché (princípio das coisas).

A verdade não era uma coisa sólida para os pré-socráticos, como defendia Sócrates, dizendo que a verdade é única e permanente. Os antecessores de Sócrates diziam que tudo muda, afirmando assim que até mesmo a verdade se torna instável.

Foi a partir de Sócrates que a filosofia ganhou identidade como esta a tem até hoje, diferenciando o pensamento duvidoso e analítico (filosofia) do observador e exato (ciência). O foco dos filósofos gregos e de toda a filosofia ocidental futuramente seriam então a razão, não a natureza.

Filósofos pré-socráticos [Somente alguns]: Tales, Anaxímenes, Anaximandro, Heráclito, Pitágoras, Xenófanes, Empédocles, Zenão, Parmênides, Górgias, Demócrito, Lucrécio e Leucipo.