domingo, 25 de setembro de 2011

Corpo e alma

Um assunto com bastante argumentação metafísica é a dualidade entre corpo e alma, o mundano e etéreo, essência e aparência. Há muita contradição e em algumas perspectivas alguns paradoxos entre eles, pois são apontados muitas vezes como instâncias distintas e separadas ou interligadas mesmo que diferentes, dependendo apenas do filósofo.

Platão dizia que o homem vivia sobre dos mundos, o sensível e o inteligível; que é o da matéria e o das idéias. As idéias poderiam estar sujeitas ao que individuo percebesse do mundo sensível, sujeitando as idéias e construções de mundo de um indivíduo com base de sua experiência física. Mesmo assim defendeu o demiurgo, que seria um terceiro mundo, o de verdades que seriam verídicas e eternas, portanto legítimas.

Aristóteles, discípulo de Platão, dizia que sensível e o etéreo andavam juntos e a separação deles seria apenas conceitual. O físico e a essência seriam conciliáveis e as coisas seriam imanentes. Tudo teria dois princípios inseparáveis: A matéria, que seria indeterminada dos seres, e a forma, que seria determinada em si própria. A forma daria as coisas serem o que são por natureza, essencialmente; enquanto a matéria apenas constitui o substrato que permanece.

Epicuro desacreditava na existência da alma, em troca firmando a mente. A mente morria junto ao corpo, quando a pessoa passasse pela mote física, deixando assim de existir como ser e apenas se tornar um corpo sem vida.

Séculos mais tarde, Agostinho de Hipona, influenciado pelo pensamento cristão, firmava a supremacia do espírito sobre o corpo. Deus teria criado a alma para imperar sobre o corpo, direcionando o ser humano para a prática do bem. Entretanto, a pré-disposição natural do homem para o mal o faria submeter o espírito ao corpo, se entregando ao pecado, sendo a intervenção da graça divina uma iluminação para a alma vencer o confronto contra a carne.

René Descartes propôs um dualismo entre corpo e alma, que seria dimensões totalmente separadas, indo contra ao que Aristóteles firmava. Sua metafísica dizia que existiam duas substâncias que seriam presente em tudo: A res cogitans (substância pensante) que seria o espírito, consciência ou mente e res extensa (substância extensa) que a matéria. O dualismo cartesiano propunha uma terceira substância, a res infinita (substância infinita), que seria como deus, só que transcendente do mundo, ou seja, separado de sua criação. Seu dualismo se assemelha um pouco com o mundo sensível, inteligível e demiurgo de Platão.

Mesmo que o corpóreo e o etéreo sejam independentes ou ligados, eles possuem seus próprios fundamentos, que metafisicamente influenciam a natureza humana. Simbolicamente o corpo (ou carne, aparência e afins) seria os instintos primitivos e desprovido de razão em cada ser humano, a exaltação, o hedonismo, o elo animal do ser humano. A essência (que pode ser chamada de espírito, alma, consciência ou até pensamento) é o lado provido de razão, que fundamentado de questionamento e observação torna as pessoas mais conscientes de si e do mundo.

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