"O suicídio é todo o caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, ato que a vítima sabia dever produzir este resultado." - Émile Durkheim
Uma questão que todo ser vivente pelo menos uma vez já pensou é sobre o significado da vida, e se ela vale a pena ser vivida. Se a vida não tem significado, o que resta para quem vive ter motivo para viver? Se uma vida não vale à pena, o que torna justificável ou não o direito da pessoa cometer suicídio?
Fatores que levam ao suicídio normalmente são “dores da vida”, como falta de significado por decepções e sofrimentos emocionais e outros tipos de problema, qual o suicídio seria a solução para esses problemas. Seria um escapismo existencial, uma negação da vida e suas dores.
A questão do suicídio pode ser bem respondida amplamente pela filosofia. A começar pelos existencialistas, que possuem diversos argumentos a respeito do suicídio, como Albert Camus, que embora o suicídio seja uma forma de dar fim a vida pelo reconhecimento da falta de sentido nela, tirar a própria vida não é vantajoso, sendo que o individuo pode procurar uma motivação de viver. Sartre mostrava uma postura contra o suicídio, por ser um ato que destrói todo o futuro de quem o comete e um mau uso de sua liberdade. Seria um ódio a si mesmo, uma negação irracional de ser.
Platão considerou o suicídio uma "covardia viril e preguiçosa", uma negligência perante a vida e ao ser. Kant dizia que o suicida deve pensar quanto a se matar, pois não seria ético ele apenas estar se importando consigo mesmo. Hobbes firmava que é natural do ser humano a vontade de viver e desejar a felicidade para serem inspirados a viver, e o suicídio nesse contexto seria algo imoral e errado.
Entretanto, há filósofos que defendem o que é chamado de "direito de morrer", qual a escolha de viver ou morrer cabe ao indivíduo. Só porque a pessoa pode viver não significa que em certos casos, como as que possuem doenças incuráveis ou uma angústia muito grande, devam viver e com isso prolongarem seu sofrimento. Essa postura mostra-se tanto uma indiferença como ir a favor do suicídio. Hume é um exemplo de filósofo que defendia o direito de morrer.
Os estóicos consideravam errado o suicídio por uma causa "covarde", mais sustentavam ao mesmo tempo a idéia de morrer pelas próprias mãos é opcional, sendo inclusive melhor e mais correto cometer suicídio do que continuar a continuar vivendo uma vida miserável e assim prolongar a agonia. Confúcio também era pró-suicídio nas condições morais, onde tirar a vida seria um sinal de evitar desonra ao cometer certa postura que em sentido ético e moral é inadequado e vergonhoso. Seus ideais de honra, lealdade e auto-sacrifício encorajariam o suicídio altruísta.
O sociólogo francês Émile Durkheim chegou a escrever um livro que tratava sobre o tema, “O Suicídio”, publicado em 1897. Nesta obra ele fez considerações do suicídio ao âmbito social, fazendo análises sociais que levem ao suicídio.
Estudou as ligações entre os indivíduos e a sociedade e que relações o levariam ao suicídio. Considerou várias coisas, como o meio social onde se faz presente e como nele se integra, fatores integrados culturalmente como religião (sendo que no livro Durkheim fez comparação dentre meios católicos e protestantes, qual firmou que as taxas de suicídio nos lugares predominantes protestantes era maior) e o conceito de anomia. Anomia é traduzida como uma perda de identidade, uma ruptura com valores sociais. Seria um sinônimo de apatia do individuo socialmente quanto a viver, o que poderia, por exemplo, o levar as drogas, isolamento e depressão.
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