sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A negação do prazer

Se analisarmos, a ética começou a surgir quando o ser humano teve necessidade de se censurar para viver em sociedade como a conhecemos. A repressão de seus instintos então se torna necessário para manter a civilidade humana.

Sigmund Freud dizia que a história social do ser humano é a história de sua repressão, do combate aos instintos e prazeres hedônicos em troca do trabalho e sacrifícios estabelecidos por valores construídos por normas coletivas. O ser humano então troca o princípio do prazer pelo princípio da realidade, qual sem ele não seria possível viver em sociedade.

O princípio do prazer faz parte do id, aquele que faz a pessoa buscar aquilo que a traga satisfação própria sem se restringir com normas sociais, fazendo o mesmo a qualquer custo. Já o princípio da realidade está vinculado ao superego, que contrabalança as vontades pessoais e necessidades imediatas do indivíduo, por ter consciência da realidade externa e as condições nela presentes.

O filósofo e sociólogo alemão Herbert Marcuse concorda a princípio com Freud. Porém, ele discorda de que essa renúncia ao prazer ao favor da civilidade seja da condição humana, firmando que estas imposições são frutos de uma organização histórico-social particular e não um conflito conatural do ser humano.

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