quinta-feira, 30 de junho de 2011

O terrorismo

"Nenhuma definição pode abarcar todas as variedades de terrorismo que existiram ao longo da história." - Walter Laqueur

Terrorismo é a imposição da violência contra pessoas ou coisas, realizando destruição física (ao patrimônio e genocídios em massa, por exemplo) e terror psicológico. O objetivo do terrorismo é se revoltar contra um governo ou grupo social, usufruindo de extremismo para intimidá-lo e provocar o sentimento de pânico em todos.

Só pelo motivo de muitas vezes o alvo do terrorismo ser um governo, isto não significa que o mesmo não possa ser o terrorista. Esse seria o terrorismo de Estado, qual o governo ostenta de forte uso do poder militar para submeter à população diante do mesmo. 

Esse fenômeno surgiu em nossos tempos, no decorrer dos últimos três séculos. A palavra “terrorismo” foi usada pela primeira vez em 1798 na França pós-revolucionária, para descrever o período de ditadura do Comitê de Salvação Pública. 

Xenofobia, radicalismo político, religioso, étnico e outras formas de intolerância são as causas do terrorismo, que nada mais é do que o uso de ferocidade e disseminação do terror para divulgar seus ideais e reprimir outros.

O terrorismo quando físico possui o fim de causar prejuízos para enfraquecer e intimidar, causando mortes, tortura e até destruição. Esse estado de choque que vem a provocar junto a divulgação de sua atividade e indução do medo o provoca em seu estilo psicológico.

É motivado pela fúria e o medo, pelo orgulho e a frenética providência de lutar pela sobrevivência de um ideal.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Dolo e culpa

"Todo o homem é culpado do bem que não fez." - Voltaire

Quando exercemos uma atitude que tanto quem parâmetro ético e moral é errado intencionalmente chamamos isso de dolo, a vontade de agir com má-fé.

A culpa é o sentimento resultado da avaliação do comportamento reprovável cometido pela mesma pessoa, qual o senso de moral atormenta mentalmente pela vergonha a postura incorreta tomada pela pessoa.
O dolo é a vontade de agir consciente, com a intenção de praticar uma atitude tida pelas normas jurídicas ou morais como inadequada. A pessoa que a comete pode ter ou não noção disso, mais o que impera é o desejo de provocar um delito.

Aristóteles em Ética a Nicômaco disse que para se julgar a má conduta de alguém é preciso observar três aspectos, que para ele, são os fundamentos de uma conduta inadequada: Malícia, incontinência e bestialidade. A pessoa incontinente tem culpa, mas a culpa é menor que o dolo, a intenção de pecar. Esta vontade, quando surge de ocasião, como manifestação da natureza animal é ainda menos grave que aquele pecado que é cometido de forma arquitetada, premeditada, usando a inteligência própria do ser humano a serviço do mal.
[Essa forma de avaliação do mal serviu de inspiração para Dante Alighieri elaborar a justiça de seu Inferno na sua epopéia Divina Comédia!]

Muitas vezes agimos incorretamente sem intenção, isto é, sem intenção, e tomamos consciência disso e nos conscientizamos do erro. Quando se tem dolo, a postura que com ele tomamos é intencional, tanto tomado pela emoção (ostentação, fúria, vingança, orgulho, entre outras), falta de conscientização (como ocorre num atropelamento) ou visão de ética e leis diferente daquelas já impostas.

Em direito, a culpa é um elemento do tipo penal (ou fato típico), qual se comete um delito por negligência, imprudência ou imperícia, ou seja, em razão da falta de cuidado objetivo, sendo, portanto, um erro não-proposital. O dolo é a vontade de agir de forma culposa, estando lúcido ou não de que aquilo é errado e suas possíveis consequências, mas por livre e espontânea vontade.

domingo, 26 de junho de 2011

O direito de pensar

"Reserve o seu direito a pensar, mesmo pensar errado é melhor do que não pensar." - Hipátia de Alexandria

O ato do pensar é valorizado pelos filósofos e intelectuais. Pensar nos faz avaliar nossas certezas e repensar sobre nós e o mundo.

A questão metafilosófica sobre pensar é: "Por que devo pensar? Para que pensar?". A resposta é objetiva. Através do pensar nós refletimos, questionamos e estudamos sobre nossa vida, a visão dos outros e das coisas. O objetivo é formular uma visão de mundo qual o indivíduo pensante a constrói sozinho, resultado do conhecimento aprendido e sabedoria adquirida e aprimorada.

Os pensadores medievais, seguindo o pensamento agostiniano, firmavam que a confirmação da fé deveria estar acima da racionalidade humana, valorizando mais o credo no divino que a intuição do pensamento que o ser humano é dotado.

Seguindo mais adiante, os iluministas conceituavam a razão como ferramenta do pensar, retirando o homem das trevas da ignorância, da superstição, da obscuridade que adoece o intelecto.

Sócrates, defensor da sabedoria como maior virtude ao ser humano, acabou desenvolvendo a maiêutica, método filosófico qual consiste em induzir o pensador a ficar ciente de sua ignorância, o inspirando a buscar o desenvolvimento de suas idéias.

Para este filósofo, o pensar leva a desilusão dos enganos da vida, fazendo o pensante a ter noção do que realmente é necessário para a vida e como deva enfrentar a vida e suas situações.

As pessoas devem, no pensamento socrático, ter liberdade de pensamento e idéias individual, e a justiça deva estar sempre presente nos atos humanos. A justiça e a moral se tornam diretrizes para uma boa conduta.

Platão, seu maior discípulo e escrivão de seus ideais, o defende dizendo que:
Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei.

sábado, 25 de junho de 2011

Significado do mundo e da vida existe?

Não posso subjulgar os acontecimentos do mundo à minha vontade: sou completamente impotente.” – Ludwig Wittgenstein

Um grande dilema sobre entender a vida e a existência é o sentido das duas, suas razões e também investigar se há mesmo algo profundo nelas.

Tratar de responder o que é o mundo se torna importante para responder a pergunta do qual o significado de viver e existir nele. Desde os antigos, muitos filósofos sempre relacionaram estar vivo como uma busca pela eudaimonia (aquisição da felicidade). Embora justificando de forma diferentes, vemos pela linha da história filósofos que concordavam com isso, sendo dos estóicos ou até existencialistas.

Essa vertente contrapõe a da insignificância do homem perante a grandiosidade do mundo e sua eternidade, a de que ele será apenas “mais um que o tempo apagará que ele existiu e a eternidade o esquecerá”. O escritor H.P. Lovecraft passava em seus livros a mensagem de o nosso entendimento do mundo (ao menos qual nós a construímos) é instável, e procurar o compreender é algo estranho e de enlouquecer. Visava que essa grandiosidade das verdades universais faziam questões como o sofrimento e problemas da humanidade não passarem de coisas insignificantes.

Entender o mundo faz se entender o significado da existência da vida em si, e em especial, o papel da existência humana.

Para Wittgenstein tudo no mundo acontece pelo acaso, nada no mundo e na vida é obra da realização. Realização e idealização são obras do acaso, do acidente existencial desordenado e aleatório.
Se não existe um significado metafísico nas coisas, também não pode haver significado na ética, afinal, a vida não possui sentido. As coisas possuem o valor que tem, se é que possuem algum valor?
A ética possui a priori de dividir o bem e o mal, que para Wittgenstein, são idealização do homem.

Por fim, Wittgenstein conclui que entender o porque da existência em si não nos cabe, por ser algo muito maior que nós, que somos microscópicos perante a magnificência dessa grandiosa resposta.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Princípio do benefício e prejuízo

"Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças." - Sun Tzu

Na vida sempre quando analisamos o que as coisas nos trazem, nós pensamos o lado bom e o ruim da coisa; estudando e pensando sobre quais benefícios teremos ou não com ela.

Isso seria um princípio de benefício e prejuízo, qual nossa decisão se encontra na condição de uma balança, cabendo nossa análise equilibrar os aspectos positivos e os negativos de alguma coisa. Na necessidade de algo ou na vaidade em ter a mesma sempre recorremos a isso.

Em administração existe o conceito da análise SWOT (que é traduzido ao português como F.O.F.A, que é a abreviatura de Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), que é utilizada para se fazer uma síntese de análises relevantes aos seus objetivos e metas.

Você mesmo em sua vida usa isso, por exemplo quando vai comprar algum produto. Observa-se coisas como a qualidade do mesmo, preço, sua eficiência e necessidade em o ter. O resultado da união de qualidades e defeitos julgados determina decisões que devam acarretar em o comprar ou não, ou no seus fabricantes em fazer alguns ajustes, por exemplo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A política legalista

Legalismo é o nome dado ao comportamento de devoção e fidelidade as leis e submissão em sentido moral as mesmas.

Surgiu na China Antiga, na Dinastia Qin. O conceito legalista foi idealizado por Shang Yang, contemporâneo da unificação chinesa, sendo que a época em que viveu contribuiu para o sucesso de sua escola de pensamento político. O conceito legalista possui um equivalente ocidental na filosofia de Maquiavel, e outra também oriental em Kautilya.

Shang Yang foi um estadista que, com o pensamento legalista (por ele criado), igualando a aristocracia ao povo perante o império, revogando seus privilégios e regálias.
[Isso contribuiu para a Dinastia Qin, a primeira com a China unificada, se tornando então a primeira nação do mundo a ter um governo centralizado; igual nos dias de hoje.]

Com um espírito bem ditatorial, o governo legalista aboliu a nobreza e privilegiou então os guerreiros mais talentosos do imperador (por meritocracia), sendo a elite militar logicamente uma importante ferramenta de um governo absoluto.

O governo legalista defendia um governo centrado na base de leis, e não na base da moral, como defendia Confúcio.

O filósofo chinês Han Fei afirmava que o Estado deveria usufruir de seu poder de governar se sustentando na seguinte trindade:

•    Fa (法): lei do princípio, o código legal deve ser escrito de forma clara e deve ser feito público. Todas as pessoas sob a jurisdição do governante são iguais perante a lei. Leis devem recompensar aqueles que obedecem-nas e punir de acordo aqueles que não o fazem. Assim garante-se que as ações tomadas sejam prognosticadas. Em adição, o sistema legal comanda o Estado, não o governante. Se a lei é garantida de forma efetiva, mesmo um governante fraco será forte.
•    Shù (術): método, tática ou arte. Táticas especiais ou "secretas" devem ser tomadas pelo governante para garantir que outros não tomem controle do Estado. Assim, ninguém pode prever as motivações do governante, e portanto não é possível saber qual atitude pode agradá-lo, exceto seguir as fã ou leis.
•    Shì (勢): legitimidade, poder ou carisma. É a posição do governante, não o governante em si, que possui o poder. Para tanto, análises do contexto, dos acontecimentos e dos fatos são essenciais para o governante.