Epicuro de Samos ao pensar na questão da existência de deus e do mal no mundo ele acabou elaborando uma tese, o chamado Paradoxo de Epicuro.
O paradoxo, por sua vez, analisa a incoerência de deus ser benevolente, onipotente, onipresente e onisciente e mesmo assim o mal ainda existir.
A linha de pensamento proposta pelo paradoxo é: [Para deus e o mal continuarem existindo ao mesmo tempo é necessário que deus não tenha uma das três características]:
• Se for onipotente e onisciente, então tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele, ainda assim não o faz. Então Deus não é bom.
• Se for onipotente e benevolente, então tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas não o faz, pois não sabe o quanto mal existe, e onde o mal está. Então Ele não é onisciente.
• Se for onisciente e bom, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Mas isso elimina a possibilidade de ser onipotente, pois se o fosse erradicava o mal.
E se ele não pode erradicar o mal, então por que chamá-lo de Deus? [Em particular eu descordo. Deus não tem a necessidade e obrigação de ser bom.]
Com base do que Epicuro determinou, segue-se as seguintes duas especulações:
1) Deus criou o mal, mas este jamais o consumou, e criou o homem para não conhecer o mal. Porém o homem conheceu o mal, e deus repulsa o mal. Se o mal então existe mesmo com um deus bondoso, então este não é totalmente absoluto em questão de poder.
2) Se deus pode então ser digno da alcunha de Todo-Poderoso e o mal ainda existir, então a existência do mesmo não faz diferença para ele. Ou ele não é tão bom assim ou é indiferente quanto ao mal existir.
A hipótese do amor divino também pode entrar nesse contesto. Se o mal é uma consequência do amor de deus para conosco, então de alguma forma ele permite que o mal exista.
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