sábado, 4 de junho de 2011

Os ensaios

José Ortega y Gasset definiu a produção de ensaios como a "ciência sem prova explícita".

O ensaio é um estilo literário breve, direto, didático, refletivo e crítico, expondo o autor suas idéias. Retrata a defesa de seu escritor sobre determinado ponto de vista, inspirado em sua reflexão, dedução ou provas empíricas.

São escritos em formato discursivo formal ou informal. Quando se é formal, é necessária uma leitura objetiva, didática e metódica, marcada pela crítica. Se for informal requer capricho e dinâmica veicular.

A estrutura básica de um ensaio filosófico se apresenta de forma bem estruturada: Consiste primeiramente em apresentar o assunto a ser argumentado, seguido de teses ao favor da opinião do autor. Deve então em seguida especular e provar os argumentos válidos, suas premissas verdadeiras e concluir o que se foi provado de forma lógica e eloquente.

"Um discurso tem duas partes: temos de apresentar nossa tese e temos de a demonstrar."- Aristóteles

O que Aristóteles quis dizer é que o ensaio possui uma divisão básica, que é expor e explicar a tese que se apresenta (afinal, para isso servem os ensaios).

Um dos mais trabalhados guias relevantes ao preparar e elaboração de ensaio é Fedro, de Platão. Um trecho que enfatiza os cuidados a se tomarem ao escrever um ensaio, segundo Platão:

"Todo discurso deve ser construído como uma criatura viva, dotado por assim dizer do seu próprio corpo; não lhe podem faltar nem pés nem cabeça; tem de dispor de um meio e de extremidades compostas de modo tal que sejam compatíveis uns com os outros e com a obra como um todo."

Mesmo o conceito dos ensaios filosóficos remontarem aos antigos, foi apenas no século XVI, com filósofos como Francis Bacon e Michel de Montagne que os ensaios começaram à se desenvolver melhor, ganhando mais características e particularização de um tratado ou qualquer outro tipo de texto. Montaigne mesmo idealizou em sua obra Ensaios que o gênero literário homônimo qual este foi pioneiro era então apenas um gênero literário de argumentação refletiva pessoal.

Muitos filósofos, à partir de Montaigne e Bacon (do primeiro principalmente), começaram a escrever suas teses com base nos elementos apropriados para se escrever um ensaio cujo o fim é entendimento do leitor. Alguns deles são John Locke, Voltaire, Albert Camus, C.S. Lewis e outros filósofos e escritores. [Os antigos também, mas a noção do que é ensaio começou apenas a ser melhor compreendida com Montaigne. Vários filósofos antigos também foram ensaístas, como Plutarco por exemplo.]

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