sexta-feira, 1 de julho de 2011

Arthur Schopenhauer

Vida
Arthur Schopenhauer nasceu em 22 de Fevereiro de 1788 em Danzing, na Prússia (atual Gdańsk, na Polônia) e morreu em 21 de setembro de 1860 em Frankfurt, na Alemanha. Seu pensamento é marcado pelo pessimismo, não tendo inclusive se encaixado com a mentalidade da época. Sua filosofia também é marcada pela influência de Buda e a crítica à Hegel.

Veio de uma família opulenta, sua mãe sendo uma escritora conhecida e seu pai um comerciante sucedido e um homem irascível e controlador.

Estava destinado a seguir o ofício do pai, e por isso, sua família não se preocupava tanto com a formação de sua educação intelectual. Com doze anos de idade, começo a viajar com o pai numa jornada importante para o seu futuro comercial, percorrendo a Alemanha, França, Inglaterra, Holanda, Suíça e Áustria. Ingressou na faculdade de comércio de Hamburgo em 1805.

Nessas viagens o que despertou em Schopenhauer não foi o dom de comerciante, e sim o interesse pelo entendimento da condição humana, redigir considerações melancólicas e pessimistas a respeito da existência humana.

Em 1805 seu pai comete suicídio, e a herança por ele deixada contribui para mais tarde o futuro intelectual de Arthur, que abandonou os estudos comerciais e se voltar para uma carreira universitária. Em 1809 adentra na Universidade de Gottingen para estudar medicina. Fez transferência para Berlim em 1811, e dois anos depois.

Em 1811, na Universidade de Berlim, assistia aos cursos de filosofia de Fichte e Schleiermacher. Fichte foi acusado por Schopenhauer de caricaturar a filosofia de Kant, envolvendo o povo alemão numa neblina filosófica. Se doutourou com a tese “Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio de Razão Suficiente”.

Foi morar em Weimar, onde sua mãe estava tendo sucesso como novelista. A relação entre os dois deteriorava-se ao ponto de sua mãe declarar publicamente que a tese de seu filho não passava de tratado de farmácia; em contrapartida, Schophenhauer afirmava que pouco provavelmente ela seria lembrada como escritora, sendo que seria lembrada apenas por ter dado luz a ele.

Mesmo assim, frenquentou por um tempo o salão de sua mãe. Lá conheceu Goethe e se tornou amigo deste poeta. Em 1815 publica “Sobre a Visão e as Cores”.

Em 1819 publica “O Mundo Como Vontade e Representação”, a mais importante da divulgação de sua filosofia. Teve poucas vendas, e também com uma crítica não favorável.

Em 1818 e no ano seguinte, Schopenhauer vive um tempo na Itália, e quando volta, sua situação financeira não se encontra tão boa. Solicitou em 1820 o cargo de monitor na Universidade de Berlim, qual ministrava um curso de filosofia, qual também tinha Hegel como instrutor, este sendo um reputado professor da universidade. Tentando competir com Hegel, Schopenhauer escolheu o mesmo horário utilizado pelo rival, mas fracassou, tendo apenas quatro anos. Demitiu-se no fim do semestre.

Em 1821 acontecimentos em sua vida levaram Schopenhauer a ter um desagradável prejuízo econômico, e vindo a causar uma casual crise de depressão. Nessa época, vivia numa pensão, cuja maioria dos pensatários eram senhoras de idade avançada. Essas pensionistas costumavam espionar a chegada de supostas amantes de Schopenhauer em seus aposentos. Certa vez, quando uma costureira fazia esta proeza, Schopenhauer perdeu a paciência e a atirou escada abaixo. Foi processado e acabou tendo como pena pagar trezentos tálares (a unidade monetária da época) em despesas médicas. Era obrigado também a pagar sessenta tálares anuais, tendo feito isso até a morte da costureira, que veio a falecer apenas vinte anos mais tarde. Durante esse meio tempo, Arthur Schopenhauer entrava em depressão nervosa na datas de pagar a pensão. Sua revolta imprimia sua emoção de injustiçado pelas autoridades.

De 1826 a 1833 viajava com frequência, adoecendo várias vezes e tentou uma segunda experiência como professor na Universidade de Berlim, e mais uma vez fracassou.

Em 1833, depois de várias hesitações, o filósofo resolveu se mudar para Frankfurt, onde residiu até sua morte em 1860. Seus vinte e sete anos nesta cidade foram anos de solidão, tendo apenas em casa companhia canina. Sua preferência pelos animais era algo justificado por sua filosofia, principalmente dando ênfase aos cães, cuja vontade não é dissimulada pelo pensamento.

Dedicava-se muito à reflexão filosófica. Schopenhauer trabalhava intensivamente em Frankfurt, publicando diversas obras. Entre elas se destacam a segunda parte do "O Mundo Como Vontade e Representação", "Sobre a Vontade da Natureza", "A Arte de Insultar" e seu último livro "Parerga e Paralipomena". Esta última, publicada em 1851, teve um surpreendente sucesso, e foi o que fez Schopenhauer ser reconhecido, tendo ela crédito por seu pensamento não ter caído no esquecimento.

A filosofia de seu rival Hegel declinava e a se Schopenhauer ascendia.

Os últimos anos de Schopenhauer foram anos de reconhecimento que ele sempre buscara. Artigos críticos por ele escritos estavam nos principais periódicos da época. A Universidade de Breslau dedicou a estudar suas obras e a Academia Real de Ciências de Berlim o convidou para ser membro dela em 1858, porém, o mesmo recusou.

Morreu em 21 de setembro de 1860, de pneumonia, aos 72 anos.

Pensamento
Schopenhauer teve muita inspiração na filosofia kantiana e na budista. Sobre a condição humana impera o pessimismo, afirmando que a existência profana do ser humano é infestada de sofrimento e dor.

Afirmava que o mundo não é mais do que representações interpretradas com síntese entre o subjetivo e o objetivo, entre a realidade exterior e a interior ao homem.

Para o filósofo, a vontade é à base da essência metafísica do mundo e da conduta humana, e fonte de todo o sofrimento. A vontade é então uma vontade sem profundidade, um querer irracional e inconsciente. O querer, o desejar, à vontade em sim é o gerador da dor; sendo a felicidade uma temporária ilusão da mesma. O prazer é a ilusão passageira da dor, e também um vício qual se tende a lutar parar supri-lo.

A libertação do sofrimento seria então em compreendê-lo e enxergá-lo, coexistindo com ele por meio da renúncia ao mesmo. Essa libertação foi nomeada por Schopenhauer de nirvana, homenagem ao conceito budista de libertação do sofrimento contínuo da existência.

Para ele, o amor nada mais era do que uma forma de despertar de desejo sexual, com o fim primitivo de reprodução. Não existiria então para Schopenhauer o amor romântico, apenas o interesse lascivo.

Esse filósofo tinha uma noção de ética diferente, não a objetivando no "dever", considerando isso como um meio de coerção. A busca pela verdade, filosofando e estudando a vida são os meios de se buscar a verdadeira senda para o bem segundo este filósofo.

A arte para ele não é uma coisa totalmente libertadora, apenas distanciando relativamente por um tempo da vontade, e não a suprindo. É uma forma de expressão que serve para extravasar a vontade e representação.

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