sábado, 16 de julho de 2011

Ser quem é e o mudar

"Eu mudo para continuar o mesmo." – Jean-Paul Sartre

Todos possuem uma identidade pessoal, personalidade, aspectos físicos e psicológicos, procurar melhorar os defeitos e mesmo assim sempre continuaremos à ser quem somos; sempre seremos nós.

Falamos muito em “mudar”, seja de atitude, postura ou conduta. Alguns procuram mudar a personalidade insatisfeitos consigo mesmos; alguns mudam de sexo não aceitando aquele qual nasceram; acontece que até com as mudanças radicais continuaremos a ser nós mesmos. O que não conseguimos mudar é aquilo que se é inato, portanto, imutável, e o que nos faz ser quem somos.

Por exemplo, já viu casos em que o Programa de Proteção à Testemunha (nos EUA) pessoas que acabaram ganhando uma “vida nova” por causa deles? O que seria essa vida nova? Um novo nome, emprego e localidade te fariam ter uma vida mudada, mais não fariam você deixar de ser quem é.

Pode mentir sobre seu passado e dizer do seu presente o que ele não é, e mesmo que engane a todos e a si mesmo não estará mudando a verdade e nem a si mesmo. O passado é um exemplo de integrante na nossa identidade como seres existentes, pois é a nossa história, a construção do que somos e que nossa vida é.

Deixando de gostar de uma coisa ou passando a gostar de outra coisa, lutar para melhorar ou se manter inerte quanto à mesma e até a experiência e desenvolvimento de visão de mundo que vai se desenvolvendo com a vida nos faz mudar, porém, apenas traços que no máximo são significativos. O que não mudamos é o que sempre fará parte de nós, a base para nossa intuição e forma como aceitamos ou não as coisas.

Poderíamos dizer que alguém que permanentemente perdeu todas as suas memórias seria uma pessoa nova? A resposta é sim, relativamente sim. Seria uma pessoa em branco, que muitas coisas sobre o mundo e a vida ela ia ter que redescobrir, e quase certeza que as faria diferente. Porém, alguma coisa em sua natureza restará, as que não congênitas, de alguma forma sendo ainda quem sempre foi e quem é.

Até onde podemos mudar e mudamos é até onde nossos traços são possíveis de se mudar e quais deles estão suscetíveis para se alterarem ou se aprimorarem. Nós, por essência, somos constantes, e nossas formas de encarar as coisas e traços da personalidade dela provenientes são inalteráveis. O grau de manifestação destes pode ser controlado, mais sempre existirão.

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