sexta-feira, 1 de julho de 2011

Leviatã

Leviatã, ou também Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil é um livro escrito por Thomas Hobbes em 1651. O livro é assim intitulado em referência ao monstro bíblico com o mesmo nome, Leviatã, presente no livro de Jó. Essa obra trata sobre a estrutura social e política de uma sociedade, dando explicações teóricas sobre o poder do governante, a religião no estado e uma relação da conduta do homem social e comportamental.

O livro foi escrito durante a Guerra Civil Inglesa, período turbulento em que política e religião eram os fundamentos dessa guerra brutal entre os monárquicos anglicanos contra os parlamentaristas presbiterianos. Analisando o livro, o estado inglês da época teria então um poder central bem fraco, o culpando pela revolta. Hobbes passa que em um estado absoluto forte e eficiente isso não aconteceria, pois o poder político e o religioso estariam nas mãos do regente, e a instabilidade da harmonia social concretizada por um contrato social que suprisse as necessidades básicas normativas das diferenças.

A estrutura do livro se divide em quatro partes:
•    A primeira (Do Homem) é uma análise do estado de natureza humano em relação com a moral, a racionalidade e as paixões humanas.
•    A segunda (Da República) parte defende a contradição a essas paixões, que tendem a desobedecer às leis morais. Para evitar desentendimentos e mantém uma paz estável, é preciso um acordo social que todos devam obedecer e por igual zelar pelos interesses coletivos.
•    A terceira (Do Estado Cristão) descreve sobre a religião cristã e seu papel no Estado, argumentando sobre suas verdades sobre o homem e um estudo sobre a influência social da religião de estado. Ao mesmo tempo, delimita o poder eclesiástico, dizendo que o poder estadista deva ser maior.
•    A quarta e última (Do Reino das Trevas) é uma crítica a ineficiente interpretação da sagrada escritura, Bíblia, e também sobre a ignorância do conhecimento desta presente em muitos devotos.

Vemos nessa obra o ideal do contrato social, e a defesa de um soberano absoluto e o papel do Estado em regular a instabilidade social que acarreta no caos e na guerra civil, e só um poder centralizado forte teria essa capacidade. Defendia então o absolutismo e realçava que o governante embora absoluto deva ser sábio.

A expressão bellum omnium contra omnes (do latim "A guerra de todos contra todos") é, para Hobbes, o que as pessoas procuram evitar, optando por um contrato social que garanta certas liberdades em troca da convivência pacífica em sociedade. A guerra de todos contra todos seria nada mais do que a luta dos grupos pela autonomia de seus direitos, visando somente os beneficiar.

Leviatã é uma obra filosófica muito bem difundida no campo da filosofia política e social, e até mesmo despertando interesse em religiosos pela também apologia cristã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário